BB decepciona com lucro 2,8% maior no 3º tri
Crédito desacelera, inadimplência aumenta e crescem provisões para perdas com calote
Maior agente financiador do país, o Banco do Brasil sentiu o impacto da desaceleração da demanda por crédito, teve leve aumento na inadimplência e elevou as provisões para calotes.
O resultado foi um lucro de R$ 2,780 bilhões no terceiro trimestre, com crescimento de 2,8% em relação ao mesmo período de 2013.
O balanço desapontou os analistas, que previam uma expansão mais robusta como a dos rivais Bradesco e Itaú. As ações recuaram 7,93%.
O volume de empréstimos teve expansão de 12,3% em 12 meses até setembro, somando R$ 732,7 bilhões. No primeiro trimestre, os empréstimos ainda cresciam em ritmo anual de 18% e no segundo trimestre, de 12,5%.
A expansão dos empréstimos no BB ficou abaixo da previsão inicial de crescimento entre 14% e 18% no ano. O banco reduziu essa expectativa para um patamar mais comedido, entre 12% e 16%.
Segundo Ivan Monteiro, vice-presidente financeiro do BB, a desaceleração ao longo do ano decorreu do menor número de dias úteis devido à Copa do Mundo, depois das eleições presidenciais e também da seca no Sudeste, que atrasou os financiamentos. O banco é o maior financiador da safra no país.
"Em outubro já notamos uma recuperação importante nos financiamentos."
Para 2015, o banco vê uma recuperação nos financiamentos, acompanhando a previsão de um crescimento maior do PIB, normalização do plantio e maior estabilidade no mercado de capitais.
A inadimplência passou de 1,97% para 2,09% do terceiro trimestre de 2013 para o terceiro trimestre de 2014 --abaixo dos 3% da média do mercado. Com isso, as despesas com provisões para calote saltaram 16,8% no período --R$ 3,911 bilhões para R$ 4,571 bilhões. A receita de serviços subiu 9,4%, de R$ 5,819 bilhões para R$ 6,363 bilhões. (ANDERSON FIGO E TONI SCIARRETTA)