No Rio, GE abre centro de pesquisa "sob encomenda"
Com investimento de US$ 250 mi, unidade vai ser a primeira do grupo a adotar novo foco para operações
Petróleo e gás, sensores inteligentes, sistemas, locomotivas e biocombustíveis serão áreas prioritárias
A multinacional americana GE inaugura na próxima quinta (13) no Rio seu quinto centro de pesquisa e desenvolvimento no mundo. Diferentemente dos localizados em Munique, Xangai, Bangalore (Índia) e Nova York, que se dedicam à pesquisa para a própria GE, o centro carioca tocará projetos sob encomenda de empresas brasileiras.
O foco são as áreas de petróleo e gás ("offshore", águas profundas e pré-sal), sensores inteligentes, software de produtividade (especialmente para a aviação), locomotivas e biocombustíveis.
Nesse último caso, as pesquisas estão voltadas para a máquina: melhorias em motores e turbinas para uso mais eficiente do biocombustíveis.
O centro, na ilha do Bom Jesus (ao lado da ilha do Fundão), vai abrigar 160 engenheiros brasileiros, dos quais cerca de 30 estavam no exterior e foram repatriados. "Esperamos que sirva de motivação para estudantes de engenharia e ciências exatas", diz Reinaldo Garcia, 54, que assumiu a presidência da GE América Latina em 2011.
"Em dois ou três anos chegaremos a 400 engenheiros."
O investimento total no centro é de US$ 250 milhões, sendo US$ 120 milhões para a construção do prédio e de laboratórios de óleo e gás. Outros US$ 50 milhões foram para a construção de uma universidade corporativa, Crotonville Rio, que treinará equipes da própria GE e de parceiros. Estão previstos US$ 80 milhões para investimentos em pesquisa até 2019.
Os primeiros pesquisadores, contratados desde 2011, iniciaram os trabalhos na UFRJ, parceira do centro.
"Queremos fazer parcerias com outras universidades. A academia no Brasil sempre foi mais voltada para a pesquisa pura, mas isso está mudando", diz Garcia.
PATENTES
Uma das 30 maiores empresas do mundo, com faturamento de US$ 146 bilhões em 2013, a GE investe anualmente US$ 5 bilhões em pesquisa e desenvolvimento.
Nos últimos dez anos, esse investimento gerou cerca de 2.000 patentes por ano; em 2013 foram 2.904.
Apesar do caráter mais comercial do centro brasileiro, ele diz que o objetivo não é gerar lucro. As pesquisas deverão levar ao desenvolvimento de novas tecnologias, equipamentos e serviços que serão posteriormente comercializados pela GE.