Dilma planeja levar banda larga a 100% dos municípios
Presidente amplia alcance de programa, apesar de não cumprir meta para 2014
Objetivo era conectar 60% das cidades no 1º mandato, mas índice está em 43%; serão investidos R$ 50 bi
Ainda longe de cumprir meta já anunciada para a expansão da banda larga, o governo se comprometeu nesta quarta-feira (12) com novos objetivos para o setor.
De acordo com o ministro Paulo Bernardo (Comunicações), o plano para o próximo mandato da presiden- te Dilma Rousseff, de universalização da internet, deve custar R$ 50 bilhões ao governo federal, considerados os quatro anos.
A nova promessa ultrapassa o compromisso inicial anunciado por Dilma em 2011 e ainda não cumprido.
À época, a presidente disse que iria conectar 60% dos domicílios brasileiros até o fim deste ano.
Segundo números divulgados ontem pelo Comitê Gestor de Internet no Brasil (CGI), órgão usado como referência para o governo, o percentual está em 43%.
Já para a Anatel (Agên- cia Nacional de Telecomunicações), que trata como internet domiciliar apenas contratos para conexão fixas, es- se número é significati- vamente menor: 36,19%, de acordo com dados de setembro deste ano.
ACESSOS DISCADOS
Em geral, as demais pesquisas tendem a incluir também nos indicadores os acessos discados feitos à internet e aqueles a partir de pequenos modens móveis, as "plaquinhas" de conexão --dois métodos para conexão não considerados pela pesquisa da agência.
Mesmo distante da meta anunciada, o governo tem agora um plano mais ambicioso. Os R$ 50 bilhões devem ser empregados na tentativa de conectar todos os municípios brasileiros.
Inicialmente, 90% deles receberão fibra óptica. Os demais serão conectados por serviço de rádio ou satélite.
Além disso, ao chegar a cada município, a fibra óptica deve ser espalhada pelo município de cobertura. Uma ramificação que garantirá melhor qualidade ao usuário.
Para conseguir aumentar a oferta dessa infraestrutura, será necessário firmar acordos com teles parceiras. Para isso, o governo pretende criar "leilões reversos".
A modalidade, segundo Paulo Bernardo, selecionará entre as possíveis empresas interessadas aquela candidata que se comprometa a ampliar a cobertura da internet pedindo menos subsídios do governo em troca.
Os leilões devem ser feitos a partir do meio do ano que vem e ofertar cada região do país em blocos separados.
PENDÊNCIAS
Em nota, o Ministério das Comunicações admitiu que "não há indicadores que meçam com precisão a quantidade de domicílios conectados à internet banda larga", mas que as metas do PNBL (Plano Nacional de Banda Larga) serão cumpridas.
O projeto, também volta- do à expansão da internet, foi criado em 2010 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e é menos ambicioso que o anúncio de Dilma, já que pretende encerrar este ano com 35 milhões de do- micílios brasileiros conectados à rede mundial de computadores.
Esse número, atualmente, corresponderia a 53,6% do total de domicílios. Abai- xo, portanto, da promessa de Dilma de alcançar 60% dos domicílios.