Ajuste de contas públicas é essencial para Brasil, diz FMI
Em nota preparada para a reunião do G20, órgão cita também a Índia e a Turquia como preocupações
Fundo considera ainda que 'aperto na política monetária pode ser necessário' se piorar expectativa de inflação
Para o FMI (Fundo Monetário Internacional), é essencial que países como Brasil, Índia e Turquia mantenham o curso do ajuste em suas contas públicas, seja em razão dos grandes deficit e inflação em alta, em alguns casos, ou devido ao nível elevado de financiamento externo.
Em nota preparada para o encontro do G20 em Brisbane, na Austrália, o Fundo afirma ainda que "um aperto na política monetária também pode ser necessário caso as expectativas para a inflação piorem".
O FMI cita também a necessidade de investimentos em infraestrutura no Brasil, Índia e África do Sul, para reduzir os gargalos da oferta e sustentar o desenvolvimento econômico.
Reduzir os limites para o comércio e os investimentos e melhorar as condições dos negócios, além de reformas nos mercados de produtos, trabalho e educação, também são apontados como necessidades para aumentar a produtividade no país.
Em geral, diz a nota, a recuperação global continua, mas se mantém fraca e desequilibrada. O Fundo voltou a ressaltar a necessidade de evitar uma nova era de crescimento "medíocre".
"Em algumas economias desenvolvidas, especialmente na zona do euro, o legado do boom e da subsequente crise --incluindo elevadas dívidas privadas e públicas-- ainda pesa sobre a recuperação", afirma o Fundo.
Nas economias emergentes, a fraqueza na demanda doméstica, assim como os gargalos da oferta, tem sido mais persistente do que o previsto, em especial na América Latina, afetada pelo investimento fraco e o baixo crescimento no Brasil.
O Fundo afirma ainda que a recuperação pode recuperar alguma força no fim de 2014 e em 2015.
No curto prazo, os maiores riscos são as tensões geopolíticas e uma correção abrupta nos mercados financeiros --incluindo a normalização da política monetária nos Estados Unidos e no Reino Unido.