Vaivém das Commodities
MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br
Arroz e feijão devem ganhar mais espaço na ceia do brasileiro em 2014
Os cereais, normalmente esquecidos durante o período de festas de final de ano, poderão ter um comportamento diferente em 2014.
A tradicional tendência de queda de preços, devido à menor demanda, vai ocorrer, mas em ritmo menor do que normalmente.
A avaliação é de Vlamir Brandalizze, da consultoria Brandalizze, de Curitiba. A situação econômica nada favorável e o endividamento crescente da população vão inibir a compra dos tradicionais produtos de Natal e manter parte dos consumidores fiéis ao arroz e feijão.
Apesar desse movimento, Brandalizze ainda vê preços fracos para arroz e feijão neste final de ano. No próximo mês, começa a chegar feijão novo ao mercado. Já o arroz se mantém no período de entressafra.
Nesta semana, o preço do feijão está em queda, com a saca negociada, em média, a R$ 102, um valor 3% inferior ao registrado nas negociações da semana passada, aponta pesquisa da Folha.
Brandalizze diz que essa retração é normal neste período do mês, mas que, a partir do dia 20, quando as redes de varejo começam a fazer as compras para repor estoques, os preços voltam a subir.
Ao ser negociado a esse patamar, o feijão mantém queda de 2,3% em relação aos valores de igual período de 2013.
Os dados mais recentes da Conab (Companhia Nacional de Abastecimentos) indicam que a produção de arroz do Rio Grande do Sul ficará entre 8 milhões e 9 milhões de toneladas na safra 2014/15.
Já a produção total de feijão deverá ficar em 3,15 milhões de toneladas. Se confirmado esse volume indicará uma queda de 8% em relação à safra anterior.
Soja Os preços médios de 2015 deverão recuar 6% em relação aos praticados neste ano, conforme estimativas da RC Consultores. Essa queda ocorre devido ao aumento de produção.
Quanto caiu Os preços do primeiro contrato de negociação na Bolsa de Chicago deste mês indicam, no entanto, recuo ainda maior ante o mesmo período do ano passado: menos 21%.
Alta Já os preços médios do milho deverão ter alta de 1% no próximo ano, em relação aos deste, segundo a RC Consultores.
Cacau do vizinho A produção do Peru sobe 5%, para 70 mil toneladas nesta safra, apontam analistas do Usda.
Com queda na qualidade, importação de trigo sobe
A ocorrência de seca em várias regiões produtoras de trigo fez a produtividade do cereal recuar nesta safra. Brasil e Austrália estão entre os prejudicados. Os australianos vão ter redução da safra para 18 milhões de toneladas, 1 milhão a menos do que a estimativa anterior.
Já no Brasil, houve perda de qualidade do produto. Devido a essa queda, as apostas do mercado internacional são que o país terá de importar pelo menos 7 milhões de toneladas nesta safra para complementar a demanda interna.
A produção mundial de trigo fica em 720 milhões de toneladas, para um consu- mo mundial de 722 milhões, segundo o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
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