Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS cristina.frias@uol.com.br
Mercado de galpões logísticos cresce, mas vacância é de quase 20% em SP
O setor de condomínios logísticos deverá encerrar 2014 com um crescimento de aproximadamente 10% no país, segundo estudo da Colliers International Brasil.
Apesar do cenário econômico mais fraco, o segmentou avançou no terceiro trimestre e atingiu 352 mil m² de absorção líquida, um aumento de 33% em relação aos 265 mil m² do período anterior.
O avanço tem se mantido sobretudo por causa da procura por espaços maiores por parte de empresas, segundo Paula Casarini, vice-presidente da Colliers no Brasil.
"Houve demanda por áreas acima de 10 mil metros quadrados, principalmente por companhias de logística e de bens de consumo", diz.
O Estado de São Paulo, que concentra 70% da metragem de galpões construídos no país, foi responsável pela metade da absorção de espaços no terceiro trimestre.
A taxa de vacância, no entanto, ficou em cerca de 19% no Estado, acima da média nacional (17%) e de regiões como o Nordeste (12,7%).
"São Paulo ainda vive um momento de superoferta, que é maior na região de Campinas. Em muitos condomínios menos eficientes, a taxa de ociosidade praticamente disparou", afirma Casarini.
"O Nordeste também tem recebido empreendimentos, principalmente na região do porto de Suape, em Pernambuco. Mas os lançamentos ocorreram de uma forma planejada, o que manteve a vacância mais baixa", diz.
O preço do metro quadrado pedido pelos locadores ficou estável no trimestre. O valor médio foi de R$ 20,50 na região Sudeste e de R$ 15,80 no Nordeste, ainda de acordo com o levantamento.
EM RITMO DE ESPERA
Com 20 condomínios logísticos no Estado de São Paulo, a Retha Imóveis viu a taxa de ociosidade dos galpões da empresa diminuir no segundo semestre, mas o clima ainda é de incerteza.
"A situação melhorou um pouco depois da Copa, mas o momento não é de otimismo", diz Marino Mario da Silva, sócio-diretor do grupo.
A vacância, que na média chegou perto dos 30% no início deste ano, hoje é de aproximadamente 20%, diz ele.
Em empreendimentos localizados na região de Campinas e perto da rodovia Regis Bittencourt, que leva ao Paraná, há taxas de disponibilidade de 30% a 40%.
"É resultado da superoferta, mas também do cenário econômico. Esse clima de indefinição e incerteza sobre os rumos da política econômica não ajuda", afirma.
Sobre novos projetos na área logística, o empresário diz que definições deverão ser tomadas apenas a partir de 2015. "Os investidores estão segurando."
Mesmo com a oferta elevada em São Paulo, o Estado deverá receber mais 379 mil m² de novas obras de galpões ainda neste ano, o que corresponde a 41% das construções que serão iniciadas até dezembro no país, segundo o estudo da Colliers.
700 MIL M² é a área total dos condomínios logísticos da Retha no Estado
12 são os municípios com empreendimentos administrados pela empresa
20% é a ociosidade média do grupo
TERRENO FLUMINENSE
A Damha Urbanizadora, empresa paulista de condomínios residenciais, vai construir o seu segundo empreendimento em Campos dos Goytacazes, no Rio.
O loteamento terá 488 unidades em uma área de 394 mil metros quadrados. O investimento será de aproximadamente R$ 40 milhões.
"Lançamos um residencial na cidade no fim de 2013 e temos espaço para outras expansões ao longo dos anos", afirma Carlos Eduardo Freire, diretor da empresa.
"Avaliamos que o município tem potencial suficiente para dois projetos praticamente simultâneos." As obras levarão cerca de dois anos.
A empresa deverá fechar 2014 com oito novos projetos, um a menos que a previsão feita no início deste ano.
Um dos empreendimentos, que seria lançado durante o período da Copa do Mundo, ficará para 2015 -a empresa não revela qual município receberia o residencial.
"Estamos reavaliando o cenário local", diz Freire.
A projeção é de R$ 650 milhões a R$ 700 milhões em vendas neste ano. Em 2013, foram R$ 700 milhões.
AJUDANTE DE TEMPORADA
Pouco mais de 25% dos empresários fluminenses devem contratar mão de obra temporária para atender à demanda das festas de fim de ano e da alta temporada de verão, de acordo com pesquisa da Fecomércio RJ.
O levantamento aponta que serão abertas 33 mil vagas nos setores de comércio e turismo -em média quatro por estabelecimento.
"O volume de mão de obra temporária no Rio já foi maior. Hoje, temos um estoque alto de trabalhadores com carteira assinada", diz Christian Travassos, gerente de economia da federação.
Dos entrevistados, 64,8% afirmaram que contratarão o mesmo número de funcionários do ano passado.
Em relação à expectativa de efetivação, 76,8% disseram que devem manter ao menos um dos novos trabalhadores, seja por aumento de quadro ou por substituição, aponta o levantamento.
A remuneração média dos temporários será de R$ 1.153.
Ao todo, foram ouvidos 410 empresários em 21 municípios do Estado.
Comprovante... O número de títulos protestados na cidade de São Paulo subiu 27,9% em outubro ante o mês anterior. Foram 73.902 documentos. Em setembro, haviam sido 57.777, segundo o Instituto de Estudos de Protesto de Títulos.
...de inadimplência Em relação a outubro do ano passado, a alta foi de 8,3%. O total bruto de títulos apresentados ficou em 212.206. Os cancelamentos de protestos, por sua vez, diminuíram 1,7% na comparação com setembro.