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Fundos elevam oferta por Portugal Telecom
Lance da Apax e Bain Capital agora é de R$ 24,5 bi; prazo final vence no fim do mês
Os fundos de investimento Apax Partners e Bain Capital enviaram nesta quarta (19) uma nova proposta à Oi pela compra da operadora Portugal Telecom (PT). O lance agora é de € 7,57 bilhões (R$ 24,5 bilhões), € 500 milhões a mais (R$ 1,6 bilhão) do que a oferta anterior.
A carta foi enviada ao banco BTG Pactual, que representa a Oi na venda da PT. Nela, os fundos dizem que se trata de uma "proposta firme" válida até a próxima sexta (28).
Segundo apurou a Folha, já existe consenso entre os cotistas da Bain e da Apax para que o negócio seja aprovado. Até a semana passada, ainda havia dúvidas. Caso a Oi aceite, a transação levaria até um mês para ser concluída.
A Oi também tem na mesa uma oferta da operadora francesa Altice de € 7 bilhões e vinha negociando, via BTG Pactual, um aumento no valor das ofertas.
Ambas previam pagar cerca de € 7 bilhões com descontos de até € 800 milhões caso a PT não apresentasse determinados níveis de geração de receita e lucro.
Era justamente esse desconto que o BTG tentava reverter para, no final, receber pelo menos € 7 bilhões líquidos pela PT.
CONSOLIDAÇÃO
A Oi tem pressa para concretizar a venda da PT. Com esse dinheiro, ela pretende reduzir seu endividamento e, assim, preparar uma oferta de compra da TIM, em parceria com Vivo e Claro.
Como a Folha revelou no final de outubro, as três empresas fatiariam a TIM na seguinte proporção: Claro (40%), Vivo (32%) e Oi (28%). A oferta seria pública no valor de R$ 31,5 bilhões --muito abaixo dos R$ 40 bilhões calculados pelo mercado.
A Telecom Italia, dona da TIM, não quer vender sua "galinha dos ovos de ouro". Mas o presidente da companhia, Marco Patuano, já afirmou que tudo depende do "valor do cheque".
Os italianos preferem uma fusão entre TIM e Oi, desde que possam abrir as "gavetas" da operadora brasileira que, para eles, é cheia de "surpresas desagradáveis".
Na compra da Brasil Telecom, aquisição de 2008 que fez surgir a Oi, descobriu-se uma dívida "escondida" de R$ 1,2 bilhão e o endividamento da companhia rompeu a barreira dos R$ 30 bilhões.
Na fusão com a PT, processo iniciado em 2010, surgiu um "empréstimo" desconhecido de quase € 900 milhões da PT à Rio Forte, em 2014. Hoje, o endividamento é de R$ 48 bilhões.