JBS anuncia compra de empresas por R$ 3,6 bi
Líder mundial em carnes, grupo brasileiro adquiriu concorrentes no país e na Austrália
A empresa brasileira de alimentos JBS deu mais um impulso ao seu plano de expansão com a compra de duas empresas. Por US$ 1,25 bilhão (cerca de R$ 3,2 bilhões), ela adquiriu o Grupo Primo Smallgoods, na Austrália, e por R$ 430 milhões, o Grupo Big Frango, no Brasil.
Maior companhia global de carnes, a JBS informou em comunicado, na quinta-feira (20), que o Grupo Primo é líder em produtos processados como presunto, salsicha e bacon na Austrália e Nova Zelândia e tem cinco unidades produtivas, sete centros de distribuição e 30 lojas de varejo.
Segundo o diretor presidente da JBS, Wesley Batista, a transação confirma a estratégia da companhia de elevar a participação em produtos de valor agregado.
"[A empresa] representa uma excelente oportunidade de expansão do nosso negócio na Austrália, tendo em vista as altas taxas de crescimento anual da categoria de produtos alimentícios e da capacidade de aumento das vendas do Grupo Primo via exportação", afirmou.
Com a compra, a JBS estima atingir ao redor de 30 milhões de dólares australianos R$ 66 milhões) em sinergias, elevando o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, um indicador da capacidade de geração de caixa) projetado para o Grupo Primo em 2015 para 180 milhões de dólares australianos (R$ 397 milhões).
A compra do Grupo Primo será realizada pela JBS Austrália, em uma transação em dinheiro ainda sujeita à aprovação das autoridades locais.
NO BRASIL
Em outro comunicado, a JBS divulgou um acordo para a compra da AMSE02 Participações, controladora do Grupo Big Frango, que atua no setor avícola na região Sul do Brasil.
O preço de R$ 430 milhões será pago no fechamento da operação, após aprovação pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), conforme a JBS.
O Grupo Big Frango abate 460 mil aves por dia em duas unidades, com faturamento anual de R$ 1 bilhão.
Com a investida, a JBS dá sequência ao plano de ganhar musculatura no segmento, reforçado neste ano com a compra dos negócios de aves da norte-americana Tyson Foods no Brasil e no México por US$ 575 milhões (R$ 1,5 bilhão). O grupo também adquiriu a indústria de alimentos Avebom, no Paraná, e duas unidades de processamento de aves do Grupo Céu Azul, de São Paulo.