Analistas temem conflitos entre Levy e Barbosa
O vazamento dos nomes dos prováveis integrantes da nova equipe econômica deu largada a especulações sobre como deverá ser o relacionamento entre Joaquim Levy e Nelson Barbosa no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
Mesmo sem a confirmação oficial, analistas avaliam como positiva a indicação de Levy para a Fazenda, mas temem pelo seu pouco traquejo político em um momento de dificuldades na economia.
Pessoas próximas a ele afirmam que, "com certeza", Levy vai buscar o superavit nas contas do governo federal, hoje deficitárias. E que ainda vai encerrar a fase de "contabilidade criativa"-- manobras para despistar a piora das contas do governo.
Por outro lado, observam que Levy pode sofrer "fogo amigo" dos petistas. Classificado como "trator" por uma pessoa próxima, Levy costuma tomar decisões que considera corretas sem avaliar possíveis danos políticos.
Esse comportamento pode colocá-lo em choque com Nelson Barbosa, que tem formação mais desenvolvimentista e, por isso, é mais próximo de Dilma.
"A sensação é de que haverá um conflito constante nos bastidores", diz a fonte, que preferiu ter seu nome mantido em sigilo.
Isso pode afetar a capacidade de Levy de levar a cabo as medidas de austeridade. Para conseguir colocá-las em prática será preciso que Dilma encampe as decisões, que podem ser politicamente duras e que afetam despesas de outras áreas do governo.