Ação da estatal recua 4,7% e derruba Bolsa
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, caiu pelo terceiro dia nesta quarta-feira (10) e fechou abaixo dos 50 mil pontos pela primeira vez desde março deste ano.
O desempenho negativo foi novamente guiado pelas ações de Petrobras, Vale e bancos, além do cenário de aversão ao risco nos mercados internacionais, que também impulsionou a cotação do dólar.
O índice recuou 1,29%, para 49.548 pontos --menor pontuação desde 26 de março, quando estava em 47.965 pontos.
No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou em alta de 0,65%, cotado em R$ 2,611, no maior valor desde 18 de abril de 2005. O dólar comercial, usado no comércio exterior, subiu 0,57%, para R$ 2,613, renovando sua maior cotação desde 15 de abril de 2005.
As ações preferenciais (sem direito a voto) da Petrobras pressionaram mais uma vez o índice, com perda de 4,67%, para R$ 10,83, no menor valor desde 16 de setembro de 2004. Os papéis ordinários da estatal (com direito a voto) cederam 4,17%, para R$ 10,11 --cotação mais baixa desde 11 de junho de 2004.
Mais escritórios de advocacia se apresentaram nesta quarta-feira (10) para defender investidores contra a Petrobras na Justiça dos EUA, pedindo ressarcimento pelas perdas provocadas pelos casos de corrupção. Em três dias, são seis firmas interessadas (leia mais na pág. B3).
CENÁRIOS
Segundo analistas, uma eventual suspensão dos ADRs (recibos que representam ações de uma empresa na Bolsa de Nova York) da Petrobras por causa das ações judiciais seria mais um grande problema com o qual a estatal teria de lidar--além dos escândalos de corrupção, o balanço do terceiro trimestre não foi auditado.
Isso porque os ADRs representam aproximadamente 22% do capital social da empresa e custaria muito para a companhia se fosse necessária a operação de recompra desses papéis em posse dos investidores nos EUA para vendê-los aqui no Brasil, segundo Ricardo Kim, da XP Investimentos. A medida "pressionaria ainda mais as ações [da Petrobras]."