Prévia mostra inflação do ano muito próxima do teto oficial
Com pressão dos alimentos, índice sobe 0,79% em dezembro
Com forte aceleração em dezembro, o índice prévio da inflação oficial do país, o IPCA-15, fechou este ano em 6,46%, muito próximo do teto da meta do governo, de 6,5% para o IPCA. Trata-se da maior alta desde 2011.
O índice subiu 0,79% neste mês, resultado acima do 0,38% de novembro e do 0,75% previsto, em média, por bancos e consultorias.
Com o resultado, analistas esperam que a inflação fique também perto do alvo máximo traçado pelo governo para o IPCA, indicador oficial que usa a mesma metodologia do índice divulgado nesta sexta-feira (19) pelo IBGE.
O que difere os dois é apenas é o período de coleta dos preços, que, para o IPCA-15, termina em meados do mês.
A maior parte das projeções aponta o IPCA em 6,4% neste ano. Analistas não descartam, porém, o estouro da meta. O maior risco, segundo eles, é o comportamento dos alimentos.
O grupo alimentação foi um dos responsáveis pela maior pressão em dezembro.
Puxados pelo aumento das carnes e as refeições fora de casa, os alimentos ficaram 0,94% mais caros em dezembro e há indicações que os preços no atacado seguem em alta, o que pode comprometer o cumprimento da meta.
"Corremos o risco de o IPCA chegar ao final do ano acima de 6,5%. Não dá para descartar uma aceleração que venha de alimentos, especialmente das carnes", diz Sérgio Vale, da MB Associados.
Para a Rosemberg & Associados, também reside no grupo alimentação o perigo de o Banco Central não conseguir manter a inflação dentro da meta.
Já Elson Teles, economista do Itaú, diz que a tendência maior é que a inflação oficial do país fique pouco abaixo do limite máximo estabelecido. O IPCA de 2014 será divulgado no início de janeiro.