Mercado aberto
MARIA CRISTINA FRIAS cristina.frias@uol.com.br
Com ano ruim para construção e venda de carro, indústria de tintas recua 2,5%
A indústria nacional de tintas fechará 2014 com uma queda de 2,5% no volume de vendas, na comparação com o ano anterior, segundo estimativa da Abrafati (associação dos fabricantes).
No início de 2014, a entidade projetava um crescimento de 2% a 3% neste ano. Em 2013, o segmento havia avançado 2%, com uma produção total de 1,426 bilhão de litros.
A queda na indústria automobilística, uma das principais compradoras de tintas, está entre as maiores razões para o desempenho ruim.
"A venda de tintas para carros novos terá um recuo de 16%", diz Dilson Ferreira, presidente da associação.
O resultado só não foi pior porque a comercialização de produtos para repintura automotiva, destinados a oficinas e ao varejo em geral, se manteve bem durante o ano.
"Esse segmento tem um efeito anticíclico. Se a venda de carros novos vai mal, ele cresce por causa da necessidade de manutenção da frota existente", afirma.
Na construção civil, a venda de tintas para o consumidor final, para reformas domésticas, foi influenciada de maneira negativa pela retração do varejo.
O executivo avalia que 2015 será um ano de "crescimento mínimo" para o setor.
"No médio prazo, haverá uma retomada. A indústria de tintas está ligada a segmentos que, com os ajustes certos, voltarão a crescer."
MAIS CORES
Apesar do ano mais difícil para o setor, a Iquine, fabricante de tintas com sede em Pernambuco, vai construir a terceira fábrica.
A planta ficará em Vitória de Santo Antão, a 50 km do Recife. O investimento será de R$ 46 milhões, financiados por BNDES e Banco do Nordeste.
A unidade vai diversificar a linha destinada ao segmento industrial. Hoje, 85% da produção vai para a área imobiliária.
"A capacidade produtiva será ampliada em cerca de 40%", diz Alan Souza, sócio-diretor do grupo.
O avanço em novas regiões de atuação, como no Sul e no Sudeste, tem garantido à empresa o crescimento nas vendas, diz Souza.
A evolução em volume neste ano é projetada em 15%. No Nordeste, no entanto, principal mercado da Iquine, a alta será de 2%.
"A região sentiu a piora na economia, mas ocorreram outros problemas, como a seca em áreas do interior." A empresa tem fábricas em Jaboatão dos Guararapes (PE) e Serra (ES).
70%
é a parcela do Nordeste nas vendas da companhia
600
são os funcionários do grupo
turismo de compras
Os gastos dos viajantes russos no exterior caíram 9% no terceiro trimestre deste ano, ante o mesmo período de 2013, segundo estudo da Global Blue, que presta serviços de devolução de tributos pagos por estrangeiros.
O país, entretanto, continua sendo o maior consumidor, com 13% de participação no volume global de compras livres de taxa, à frente dos EUA, que detêm 4%.
A despesa total de residentes chineses com aquisições em outros países subiu 10% no mesmo período.