'Temos que diversificar acordos comerciais', diz ministro
Na segunda parte da entrevista à Folha, o ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, fala de acordos comerciais e incentivos.
As demissões nas montadoras preocupam o governo?
Não. Os sindicatos estão inquietos, mas o setor pode exportar mais. O Brasil já exportou 1 milhão de carros, mas caiu para 200 mil. Hoje temos plantas mais eficientes graças ao Inovar Auto.
O programa foi questionado pela Europa, que acusa o Brasil de protecionismo.
Eu defendo o programa. Acho que temos o direito de exercitar a política industrial. Além disso, não é algo exógeno à experiência internacional.
O senhor é favorável a um acordo de livre-comércio com os Estados Unidos?
O acordo está no nosso horizonte, mas no bloco em que estamos inseridos (Mercosul). No curto prazo, as tarifas já são baixas. Temos que trabalhar a agenda e facilitação de comércio e simplificação.
Com que países o senhor vai buscar acordos de comércio?
Estamos avaliando um acordo com o Canadá e temos que trabalhar na renovação do acordo com o México. O comércio exterior é prioridade, não podemos ficar focados só no Mercosul.
O setor privado defende que o Mercosul deveria se tonar uma área de livre-comércio para facilitar os acordos.
O bloco foi constituído para ser uma união aduaneira. É complicado, mas não significa que temos que retroagir a uma área de livre-comércio.
A Argentina coloca barreiras aos produtos brasileiros. Que atitude o senhor defende em relação ao país vizinho?
Eles vivem uma dificuldade declarada de falta de divisas, que impõe constrangimentos a política comercial. Mas essa situação não pode desmontar o Mercosul. O desafio deles é equilibrar essas questões sob pena de que isso conduza a um retrocesso.
Como resolver os atrasos de pagamento da Venezuela?
Apesar disso, tivemos com a Venezuela nosso maior superávit por país, US$ 3,6 bilhões.