Agência de exportação vira alvo de disputa
Indústria pede técnico como presidente da Apex; PT quer ex-coordenador de campanha
Está em curso uma disputa pela presidência da ApexBrasil (Agência de Promoção de Exportações), ligada ao Ministério do Desenvolvimento. O coordenador da campanha de Dilma Rousseff à reeleição, Alessandro Teixeira, é um dos cotados.
O setor privado preferia alguém de perfil mais técnico. Empresários ligados à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) fizeram sugestões ao ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, que deve tomar uma decisão em breve.
David Barioni, ex-presidente da TAM e ex-vice-presidente da Gol, encabeça a lista. Próximo ao empresário João Doria Junior, ele não quis comentar o assunto.
Foi ainda cogitado o secretário de Turismo da Prefeitura de São Paulo e presidente da agência SP Negócios, Wilson Poit. Ele recusou por não poder se mudar para Brasília.
Monteiro disse a interlocutores que precisa de um "técnico competente", mas que Teixeira é um "bom nome".
A Folha apurou que Monteiro estaria sob pressão do PT para nomear Teixeira --egresso da ala gaúcha do partido e próximo a Dilma-- ao cargo que já ocupara no primeiro governo Lula. O movimento causa temor no setor privado, que elogia sua competência, mas teme a influência do partido na agência.
Procurado, Teixeira não respondeu às ligações da Folha. O Ministério do Desenvolvimento e a ApexBrasil não comentaram o assunto.
Com orçamento de R$ 533 milhões para 2015, a ApexBrasil virou peça central na estratégia do governo de revigorar as exportações e manter o crescimento econômico sob o duro ajuste fiscal.
A avaliação de empresários e setores do governo é que a agência perdeu relevância nos últimos quatro anos. A ideia agora é incrementar as missões comerciais e traçar novas estratégias para promover o país no exterior.