Desistência de refinarias provoca perda de R$ 2,7 bi
Além dos prejuízos com o superfaturamento na construção das refinarias Abreu e Lima (PE) e Comperj (RJ), que terão de ser reconhecidos no futuro, outros dois projetos em refino já levaram a Petrobras a perder R$ 2,7 bilhões no terceiro trimestre, mesmo sem terem saído do papel.
São as refinarias Premium 1 e 2, que seriam erguidas no Maranhão e no Ceará, respectivamente.
Lançadas em cerimônia com a presença do então presidente Lula, em 2010, as refinarias Premium 1 e 2 tiveram os projetos abandonados, em decisão tomada pela Petrobras na semana passada.
A medida foi justificada pela falta de perspectiva de retorno financeiro e pela ausência de sócios para os negócios.
A Premium 1 já tinha 100% da terraplanagem feita e, por isso, representou perda de R$ 2,111 bilhões. A Petrobras já havia iniciado licitação para algumas unidades, mas não informa se chegou a assinar contratos.
A Premium 2, de acordo com a estatal, ainda estava na fase de estudos, mas, mesmo assim, consumiu R$ 596 milhões em investimentos.
As duas refinarias foram concebidas quando a área de abastecimento era dirigida por Paulo Roberto Costa, preso na Operação Lava Jato e réu em ações penais em que é acusado de corrupção e organização criminosa, entre outros crimes, pelo envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras.
No lançamento da pedra fundamental da Premium 1, além de Lula, estava presente a presidente Dilma Rousseff, então pré-candidata à Presidência.
As duas unidades tinham investimento previsto somados de US$ 30 bilhões e, juntas, capacidade de refino de 900 mil barris diários.
NA GAVETA DESDE 2012
Desde que Graça Foster assumiu a presidência da Petrobras, em 2012, os investimentos das Premium estavam "adormecidos". A empresa alegava a necessidade de realizar estudos que justificassem sua viabilidade.
Somada à falta de embasamento financeiro, a necessidade de a Petrobras desacelerar investimentos foi a oportunidade encontrada para engavetar os projetos, que não têm data para serem retomados.