Grécia propõe prorrogar e suavizar pacote de resgate
Alemanha resiste; ministros da zona do euro decidem hoje futuro de Atenas
Para Berlim, novo governo grego precisa cumprir condições do atual empréstimo, de € 172 bilhões
A Grécia apresentará nesta quinta (19) aos outros 18 governos da zona do euro um pedido para prorrogar seu atual pacote de resgate, de € 172 bilhões, mas a Alemanha, maior economia da União Europeia, diz que a oferta não é oficial e que Atenas tem de se ater aos termos vigentes.
A medida confirmada por um porta-voz de Atenas é uma tentativa do novo governo grego, do premiê Alexis Tsipras, de manter-se à financeiramente à tona por um período transitório, evitando a austeridade do programa de resgate da UE e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Uma fonte da Reuters na UE afirmou que a aceitação da proposta grega como base para a retomada das negociações pelos ministros das Finanças do bloco monetário --que haviam rejeitado ideias similares em reunião na segunda (16)-- dependerá de como ela será formulada.
O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, tratou a proposta com desprezo. "Não é questão de prorrogar um programa de crédito; trata-se de se o programa de resgate será cumprido, sim ou não", disse ele à emissora ZDF.
Por outro lado, o ministro da Economia alemão, Sigmar Gabriel, elogiou o que chamou de sinal de que o governo grego poderia negociar.
Com o atual acordo de resgate com a zona do euro vencendo no próximo dia 28, Tsipras, do recém-eleito partido de esquerda Syriza, disse que as negociações estavam em estágio crucial e que suas demandas pelo fim da austeridade ganham apoio popular.
Autoridades da UE afirmaram haver consultas intensivas em curso entre Atenas, o grupo do euro e a Comissão Europeia (órgão executivo da UE), com Itália e França envolvidas. O mercado financeiro mostrou-se otimista com os prospectos de acordo, e as Bolsas da região registraram suas maiores altas em anos.
A Alemanha e outros países da zona do euro, porém, insistem que as reformas implementadas não podem ser revertidas e que a Grécia deve pagar os empréstimos.