Mercado aberto
MARIA CRISTINA FRIAS cristina.frias@uol.com.br
Aumenta demanda de empresas por gás natural
O ainda incipiente mercado de gás natural para climatização de ambientes e cogeração de energia foi alavancado nos últimos meses pela crise hídrica.
"Desde outubro, com o estresse do setor elétrico, sentimos um aumento de 15% na solicitação de estudos para a implantação de sistemas a gás", afirma Ricardo Augusto Michelin, da Comgás.
A empresa projeta que o crescimento da demanda se acelere em 2015. Grande parte das companhias recorrem ao gás natural como fonte de energia para seus equipamentos de ar-condicionado.
"Esses aparelhos são responsáveis por 40% a 50% do consumo de um empreendimento", acrescenta Michelin.
Hoje, a Comgás tem 71 clientes no segmento de climatização e 55 no de geração. Em 2014, foram ligados 18 novos projetos. A média anual até então era de sete. Para 2015, são projetados 30.
A maior procura vem de shoppings, indústrias e hotéis, que também pretendem diminuir seus gastos com energia ao adotar o gás.
"O gás é usado no horário de pico do consumo, entre as 17h30 e as 20h30, quando a energia de concessionárias pode custar até seis vezes mais que em outros horários."
A Gasmig e a SC Gás (que atuam em Minas e em Santa Catarina, respectivamente) também perceberam um aumento do interesse pelo produto para cogeração e para sistemas de ar condicionado.
"O empresário vê a lógica que estamos atravessando, fica inseguro e vê o gás como alternativa", diz o presidente da SC Gás, Cosme Polêse.
NORDESTE PERFUMADO
A Yes Cosmetics, fabricante de produtos de beleza e higiene pessoal focada nas classes B e C, planeja investir R$ 49 milhões para ampliar o número de pontos próprios até 2016.
A meta do grupo pernambucano é abrir 165 lojas --hoje são 55. As unidades serão distribuídas nos Estados de Alagoas (20), Pernambuco (45) e Ceará (100).
O Ceará receberá aproximadamente R$ 30 milhões do total que será aportado.
"No Estado, queremos nos expandir pelos 15 municípios que integram a região metropolitana de Fortaleza", diz o presidente da empresa, Cândido Espinheira.
A decisão de aumentar a presença do negócio no Nordeste deve-se à proximidade entre os Estados e ao clima. "O calor costuma gerar um grande consumo de cosméticos", afirma.
O investimento para montar uma loja padrão do grupo, de 45 m², costuma ser de cerca de R$ 300 mil.
Para chegar a todas as regiões do país, a Yes Cosmetics possui uma rede de 450 distribuidores, que detêm uma concessão para vender os 600 itens da marca.
"O total de distribuidores cresceu 20% em 2014. Temos desde lojas multimarcas a quiosques no padrão da rede", acrescenta Espinheira.
165
serão as novas lojas até 2016
R$ 49 milhões
serão investidos
450 são os distribuidores
do grupo, incluindo multimarcas, quiosques e monomarcas de terceiros
bolso tecnológico
O faturamento do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) chegou a R$ 112 milhões em 2014 --alta de 13% em relação ao ano anterior. Esse foi o terceiro maior aumento dos últimos dez anos.
O resultado foi puxado pela elevação da receita na área da inovação, diz Fernando Landgraf, presidente do instituto de pesquisas.
Desde 2011, o faturamento desse segmento cresce acima dos dois dígitos. Em 2014, o avanço foi de 25% em relação ao ano anterior, com R$ 25,83 milhões gerados. "Hoje, 20 dos cem projetos em execução são de P&D [pesquisa e desenvolvimento]", diz.
Em 2014, também cresceu o número de patentes geradas pelo instituto: 14, três a mais em relação ao ano anterior. "O Brasil não tem cultura de criar patente e, por isso, é fraco em inovação".
Para este ano, a previsão é de uma alta no faturamento de 5,3%.
"Ainda não fomos afetados pela crise, mas temos receio da inadimplência", afirma.
Dos 3.800 clientes, 54% são da iniciativa privada. O IPT é uma empresa pública do Estado de São Paulo.
MAu HUMOR ECONÔMICO
A parcela de brasileiros otimistas com a economia nacional caiu cinco pontos percentuais em janeiro, em relação a dezembro de 2014, e chegou a 17%, segundo estudo da consultoria Ipsos.
O percentual é o menor desde, pelo menos, março de 2012. O país teve uma das maiores baixas no mês, empatado com a Polônia e depois de Egito (-11) e Rússia (-10).
A média global, entretanto, avançou de 39% para 41% no período. Puxaram a elevação a China, que subiu nove pontos percentuais e chegou a 80%, e os Estados Unidos, com 51% --sete pontos percentuais a mais do que em dezembro de 2014.
Entre os Brics, 51% dos consumidores ouvidos consideram a economia de seu país "boa". Na América Latina, o percentual é de 19%.
A Arábia Saudita lidera a lista dos países mais confiantes, com 87% dos consultados otimistas com a situação econômica atual do país, seguida pela Alemanha (81%). Em última colocação está a França (7%) e a Itália (8%).
Foram entrevistadas 17.500 pessoas em 24 países, das quais mil no Brasil.
Curso... A inscrição de brasileiros em cursos de MBA na escola francesa Insead subiu 66% neste ano, ante 2014.
...no exterior A associação de ex-alunos estima que será o ano com maior número de brasileiros inscritos (40).
Jogo... Cerca de 40% dos consumidores usam o celular para comparar preços enquanto estão em uma loja.
...real A parcela de pessoas que pede conselhos para amigos no ato da compra é a mesma, diz estudo global da GfK.
Emergentes puxam indústria global em 2014, diz entidade
O valor adicionado da indústria global evoluiu 2,3% no ano passado, de acordo com dados da Onudi, braço da Organização das Nações Unidas para o desenvolvimento industrial.
O desempenho ficou superior ao de 2013, quando o avanço havia sido de 1,7%.
O crescimento em 2014 foi puxado principalmente pelos países emergentes, onde a produtividade industrial registrou alta de 5%. Nas economias desenvolvidas, o índice se manteve perto de 1% por três anos seguidos.
O pior rendimento foi observado na Europa, cuja economia foi afetada por tensões geopolíticas, segundo o relatório da entidade.
O valor adicionado industrial é o montante total da produção depois de deduzidos os custos de insumos, como matérias-primas e serviços.