Tarifaço
Presidente da Câmara diz que aprovação será difícil
Para Eduardo Cunha (PMDB-RJ), já havia expectativa de 'direito adquirido'
Medida é 'pancada' em momento de alta no desemprego e queda na atividade econômica, afirma a oposição
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), prevê dificuldades para o governo conseguir aprovar as novas medidas do ajuste fiscal anunciadas nesta sexta.
"Não será tranquilo aprovar. Essas são as medidas mais difíceis do ajuste fiscal porque têm impacto no preço de produtos. Certamente será mais conturbado aprovar", afirmou Cunha à Folha, citando o pacote anterior, ainda pendente de votação, que endurece o acesso a benefícios como abono salarial, seguro-desemprego e pensão por morte.
De acordo com ele, "criou-se expectativa de direito" em relação às desonerações concedidas no primeiro mandato e, agora, o Congresso terá de fazer uma "discussão jurídica" sobre a medida provisória que reduziu o benefício sobre a folha de pagamento.
"Já havia distorção [com as desonerações], mas não sei se acabar no meio do caminho vai ser o melhor, porque criou-se expectativa de direito."
OPOSIÇÃO
Líderes da oposição disseram nesta sexta-feira (27) que a medida provisória vai acentuar o desemprego.
O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), afirmou em nota que o momento é "crítico" para esse recuo na desoneração da folha, porque "a economia beira a recessão e a inflação segue alta e persistente".
Segundo ele, com a intenção do governo de aprovar medidas de ajuste fiscal, o trabalhador pode ser "duplamente penalizado".
O deputado Mendonça Filho (PE), líder do DEM na Câmara, disse que a mudança vai "onerar o emprego" e classificou-a de "pancada do governo no setor produtivo".
"O governo não tem conseguido cortar suas gorduras e reduzir os desperdícios com 39 ministérios e aparelhamento da máquina", afirmou.