Atividade industrial chinesa segue contraída em fevereiro
Preocupado, banco central do país voltou a reduzir taxa de juros
Horas após o banco central da China cortar a taxa de juros para combater a desaceleração da economia e o crescente risco de deflação, o PMI --índice que registra as encomendas feitas pelos gerentes de compras e, portanto, aponta quão aquecido está o setor industrial-- mostrou neste domingo (1º) que a atividade industrial permaneceu na área de contração.
O PMI subiu para 49,9 em fevereiro, ante 49,8 em janeiro, mas se manteve abaixo da marca de 50, que separa crescimento de contração.
A nova leitura encerra quatro meses de queda nos números. Para a Agência Nacional de Estatísticas, a alta deve ser vista de forma positiva, já que ocorre apesar do feriado de uma semana pelo Ano Novo Lunar, durante o qual o PMI normalmente se contrai.
"No contexto de estabilização da política macroeconômica e recentes cortes de juros e gastos em infraestrutura, a demanda do mercado subiu e a confiança empresarial se fortaleceu", informou a agência, acrescentando que a estabilização dos preços do petróleo e de matérias-primas também são importantes.
O PMI de serviços também mostrou alta, atingindo 53,9 em fevereiro, ante 53,7 em janeiro, o que a Agência Nacional de Estatísticas atribui em parte aos gastos no feriado.
Respondendo por 48% da economia de US$ 10,2 trilhões da China em 2014, o setor enfrentou a desaceleração do crescimento melhor do que as indústrias, em parte porque depende menos da demanda externa.
Preocupado com o ritmo de crescimento da economia, o banco central chinês decidiu baixar a taxa de juros pela segunda vez em quatro meses. O novo corte, de 0,25 ponto percentual, foi divulgado no sábado (28). Com isso, a taxa para empréstimos passou para 5,35% ao ano.
Em 2014, a economia chinesa teve crescimento de 7,4%, o menor em mais de duas décadas. O desempenho ficou abaixo da meta fixada pelo governo, de 7,5%.
A perspectiva para 2015 é de nova desaceleração. O governo prevê expansão de 6,9% a 7,1% e risco de deflação, segundo artigo do chefe do departamento de pesquisas do banco central, Lu Lei.
Para ele, o ritmo de investimentos deve arrefecer diante de problemas no mercado imobiliário e da queda nos investimentos feitos diretamente pelo governo.