Motoristas do Sul anunciam trégua e suspendem bloqueios em estradas
Com o movimento perdendo força em todo o país, caminhoneiros do Sul anunciaram uma trégua aos bloqueios em rodovias nesta terça (3). Eles, porém, aguardam decisão do governo federal até o dia 10 sobre duas reivindicações: a redução no preço do diesel e a criação de uma tabela de preço mínimo do frete.
Não havia mais bloqueios de rodovias federais no Paraná e em Santa Catarina na tarde desta terça, segundo balanço da Polícia Rodoviária Federal. Apenas o Rio Grande do Sul tinha cinco pontos de manifestação. Apesar disso, casos de violência foram registrados no Estado e no Paraná.
Segundo Tobias Brombilla, diretor da Associação dos Caminhoneiros de Rodeio Bonito, no norte do RS, "até segunda ordem", os caminhoneiros suspenderam as manifestações e bloqueios.
Vilmar Bonora, um dos líderes do movimento em São Miguel do Oeste, no oeste de SC, afirmou que a trégua é para não castigar a população, por causa do desabastecimento que ocorre em algumas regiões dos Estados. Os representantes da categoria dizem que as mudanças na chamada Lei dos Caminhoneiros, sancionada por Dilma Rousseff, não foram suficientes. As alterações permitem, entre outros pontos, trafegar com mais carga que o permitido e isentar do pedágio os eixos dos veículos que não estiverem sendo usados.
Nem a trégua nem a continuidade do movimento são consenso entre os caminhoneiros. O presidente da CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos), Diumar Bueno, criticou a violência nos protestos e afirmou que as manifestações "espontâneas e individuais" saíram do controle.
Ele também criticou a ida de caminhoneiros para protestos em Brasília. "É uma contradição. Se os caminhoneiros reclamam que não têm dinheiro, que a remuneração com os fretes é baixa, como vão desembolsar até R$ 6.000 para participar das manifestações na capital?"