Mercado aberto
MARIA CRISTINA FRIAS cristina.frias@uol.com.br
Agências de viagem registram queda nas vendas
As vendas da maioria das agências de viagem do país diminuíram no verão deste ano na comparação com o mesmo período de 2014.
Pesquisa do Ipeturis (Instituto de Pesquisas, Estudos e Capacitação em Turismo) mostra que 59,3% das empresas consultadas registraram queda na temporada. Dessas, 30,5% viram a movimentação recuar entre 20% e 30%.
A alta do dólar foi apontada como a principal responsável pelo desempenho negativo, por 39,5%. Em seguida, apareceram a situação econômica (25,3%) e a incerteza política (10,5%).
"A variação da moeda é muito significativa. A pessoa não sabe quanto vai gastar no total e acaba postergando a viagem", afirma o presidente do Sindetur-SP (Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de São Paulo), Eduardo Nascimento.
"Enquanto o quadro político estiver assim, com o Executivo brigando com o Legislativo e com denúncias de corrupção, haverá insegurança e, consequentemente, redução na intenção de viagens", acrescenta.
Das 371 companhias consultadas, 24,5% afirmaram que as vendas deste verão ficaram no mesmo patamar das de 2014 e 15,9% disseram que foram superiores.
Entre as que registraram resultado positivo, 25,4% tiveram incremento de 10% a 20%. A maior divulgação da empresa, o fim dos grandes eventos (como a Copa) e as promoções foram citadas como principais alavancas, com 25,7%, 22,9% e 11,4%.
ECONOMIA NA MALA
Cada brasileiro deverá gastar em média R$ 11,7 mil com viagens neste ano, 4,5% a mais que o orçamento do ano anterior, segundo um estudo da consultoria Ipsos feito a pedido do site TripAdvisor.
Em comparação com 2013, entretanto, o montante é considerado baixo. Naquele ano, cada turista afirmou ter gasto em torno de R$ 15,5 mil com turismo em doze meses, 38,4% a mais que em 2014.
Os destinos mais desejados são Itália (39%), Estados Unidos (36%), Grécia (35%), França (34%) e Caribe (31%).
Os suíços são os que mais preveem gastar ao longo deste ano: US$ 12,1 mil (cerca de R$ 37,6 mil, na cotação atual).
Os australianos aparecem em segundo lugar, com uma média de US$ 11,7 mil (aproximadamente R$ 36,3 mil) em gastos com viagens.
Afetados pela crise econômica da União Europeia, turistas de países como Itália, Portugal e Grécia têm orçamentos inferiores ao do Brasil. Assim como os russos, impactados pela desvalorização do rublo em relação ao dólar.
Os turcos terão as despesas com viagem mais modestas em 2015, de cerca de US$ 2.500 (R$ 7.800).
A consultoria Ipsos entrevistou cerca de 44 mil pessoas em 32 países.
OBRA PARADA
O nível de emprego na construção em janeiro teve a primeira queda no mês desde pelo menos 2008, segundo pesquisa do SindusCon-SP (sindicato do setor) em parceria com a FGV.
O total de trabalhadores do segmento no país fechou janeiro em 3,30 milhões, um recuo de 6,1% na comparação com o mesmo mês de 2014. A redução foi de 216 mil vagas no período.
O desempenho é um reflexo direto da baixa no nível de investimentos no país, diz José Romeu Ferraz Neto, presidente da entidade.
"A mudança desse cenário vai depender das diretrizes que serão tomadas pelo governo. A decisão de rever a política de desonerações, por exemplo, é um retrocesso e só vai piorar a situação", afirma o executivo.
"Uma das saídas [para reaquecer a construção civil] seria o governo implementar obras de infraestrutura e do programa Minha Casa Minha Vida, mas as perspectivas não são boas", diz Ferraz Neto.
Em relação a dezembro, o recuo no nível de emprego foi de 0,34%. O Sul foi a única região que não registrou queda --houve alta de 1,19%.
Otimismo no setor de supermercados em SP é o mais baixo desde 2011
Uma pequena parcela (4,4%) dos empresários paulistas do segmento supermercadista ouvidos em fevereiro para um estudo da Apas (entidade do setor) afirmou estar otimista em relação ao cenário econômico atual.
Esse é o pior nível de confiança desde que o levantamento passou a ser realizado, em julho de 2011.
Do total de entrevistados, 75,8% mostraram-se pessimistas e 19,8%, neutros.
"A subida dos juros, a elevação persistente da inflação e o baixo ritmo da geração de empregos já afetam o varejo", diz Rodrigo Mariano, economista da entidade.
Em relação apenas à expectativa futura sobre os rumos da política econômica nacional, os índices apresentam leve melhora.
Os otimistas são 8,7% e os pessimistas, 40,9%. Neutros somam a outra metade dos entrevistados: 50,4%.
"Os empresários acreditam que os ajustes anunciados pelo governo poderão surtir efeito mais à frente", afirma.
O estudo ouviu 50 executivos de empresas que representam 85% do faturamento do segmento no Estado.
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