Estímulos prejudicaram conta pública, afirma Dilma
Segundo ela, alta do PIB é "obsessão pessoal"
A presidente Dilma Rousseff afirmou, nesta quinta-feira (12), no porto do Rio, que as políticas de estímulo à economia sacrificaram as contas públicas.
"Nós esgotamos todos os nossos recursos de combater a crise que começou em 2009", afirmou a presidente.
"Trouxemos para as contas públicas e o Orçamento fiscal da União os problemas que de outra forma recairiam sobre a sociedade, os trabalhadores. Esta crise durou este período todo, agora temos de usar outros instrumentos de combate", completou.
A mudança de discurso de Dilma acontece em um momento de pressão para que o governo coloque suas contas em dia e não perca o grau de investimento, nota concedida pelas agências de classificação e que é uma espécie de selo de bom pagador.
No ano passado, União, Estados e municípios registraram deficit de R$ 32,5 bilhões (0,63% do PIB), primeiro resultado negativo registrado pelo BC na série histórica iniciada em dezembro de 2001.
A promessa da equipe econômica é poupar R$ 66 bilhões neste ano (1,2% do PIB).
Para isso, nas últimas semanas tem anunciado medidas como mudanças na desoneração na folha de pagamento e novas regras para concessão do seguro-desemprego, do abono salarial e da pensão por morte.
A expectativa de analistas consultados semanalmente pelo BC, no entanto, é que o governo não vai conseguir atingir a meta para superavit primário. A estimativa atual é de uma economia equivalente a 1% do PIB.
Dilma disse ainda nesta quinta ser uma "obsessão pessoal" manter o crescimento do país. "Farei de tudo para que o Brasil esteja no ritmo de crescimento."