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Abu Dhabi quer virar polo bancário e desdenha da Suíça
Abu Dhabi pretende se estabelecer como um novo polo para a gestão de patrimônio, e o dirigente de seu incipiente centro financeiro internacional declarou que o velho modelo suíço de bancos privados e sigilo bancário estava "morto".
O Abu Dhabi Global Markets (ADGM) tem o objetivo de conduzir o emirado à qualidade de uma das mais influentes instituições mundiais e usa como modelo Cingapura, e não a Suíça, disse o presidente da organização, Ahmed Ali al-Sayegh.
"Cingapura assinou um acordo muito transparente com o mundo. Você não é muito esperto se escolhe copiar um modelo morto."
O novo aspirante à coroa da gestão de patrimônio está surgindo em um momento no qual o atual detentor do posto, a Suíça, vem sofrendo repetidos abalos de reputação, já há alguns últimos anos. Mais recentemente, vazaram informações sobre os clientes da divisão de gestão de patrimônio do HSBC, com dados dos últimos dez anos, o que causou embaraços ao banco britânico e à Suíça como centro financeiro.
O banco foi acusado de ajudar na sonegação de impostos e de facilitar manobras para reduzir legalmente os impostos a pagar de seus clientes.
Ao mesmo tempo, documentos judiciais sugerem que pelo menos US$ 100 milhões em propinas envolvendo o caso de corrupção na Petrobras foram encaminhados por meio de vários bancos suíços.
Os bancos também foram prejudicados por uma série de disputas tributárias com autoridades de todo o planeta. Os Estados Unidos, especialmente, protestaram contra os bancos suíços por ajudarem os cidadãos americanos a evitar suas obrigações de impostos.
Com isso, a reputação das instituições como gestoras discretas e eficientes de patrimônio foi fortemente prejudicada, ainda que os bancos insistam em que continuam respeitados