Dilma quer licitar mais um aeroporto
Objetivo é encorpar o programa de privatização, principalmente com projetos que comecem imediatamente
Além dos aeroportos de Salvador, Florianópolis e Porto Alegre, será leiloado o de Recife ou o de Fortaleza
Em busca de uma agenda positiva, Dilma Rousseff determinou à sua equipe aumentar de três para quatro o número de aeroportos que vão ser incluídos no novo programa de concessões de serviços públicos para o setor privado.
A estratégia da presidente é encorpar o programa de privatização do segundo mandato, principalmente com projetos em condições de serem deslanchados imediatamente, para sinalizar que o governo não fala apenas de ajuste fiscal.
Segundo a Folha apurou, além dos aeroportos já anunciados dentro do programa --Salvador (BA), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS)--, um quarto, de Recife (PE) ou Fortaleza (CE), estará na lista da nova fase do plano de concessões do governo Dilma, que deverá ser divulgado nos próximos dias.
A decisão sobre qual será o quarto da lista, segundo assessores presidenciais, vai depender de negociações que a TAM está fazendo com Estados do Nordeste para criar na região um ponto de distribuição de conexões nacionais e voos internacionais, chamado tecnicamente de hub.
PERNAMBUCO OU CEARÁ
A TAM negocia, preferencialmente com os governos de Pernambuco e Ceará, quem pode oferecer maiores vantagens para instalar o hub. Técnicos disseram que Pernambuco aparece como favorito.
Inicialmente, Dilma queria adicionar três aeroportos nesta fase do plano, mas poderia levar à demora no anúncio do programa e ainda falta de eventuais interessados. Agora, sua orientação é para incluir ao menos mais um.
Em relação aos três leilões já certos, o governo cogita incluir na concessão do de Porto Alegre a construção de um novo aeroporto no Rio Grande do Sul.
Pelo modelo em estudo, o vencedor do leilão ganharia o direito de construir um novo aeroporto em algum outro local da capital.
A presidente quer anunciar o novo pacote de concessões todo de uma vez, incluindo leilões de aeroportos, rodovias, portos e ferrovias.
Segundo a Folha apurou, o programa em montagem pelo Planalto deve prever investimentos em obras num valor superior a R$ 100 bilhões.
Uma primeira lista feita pelo Ministério do Planejamento trazia R$ 150 bilhões, mas o valor final dependerá do que a presidente irá aprovar para constar do plano.
FONTE FINANCIADORA
O fechamento do programa tem como principal obstáculo a definição das fontes de financiamento dos projetos de concessão.
No plano anterior, o BNDES foi o grande financiador dos projetos, mas essa fonte praticamente secou e agora a equipe de Dilma busca alternativas no setor privado.
Nesta quarta (6), a presidente reuniu ministros e presidentes de bancos públicos no Palácio do Planalto para começar a fechar o pacote.
Segundo a Folha apurou, Dilma pediu um anúncio único, de impacto.
Ao final da reunião, segundo informações da Secretaria de Comunicação Social, Dilma pediu um aprimoramento do modelo de investimento e escalou o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, para conversar com os governadores dos Estados onde haverá obras.