Outro lado
Empresa recorre de autuação e nega irregularidades
O diretor de responsabilidade social corporativa do grupo Inditex (dono da marca Zara), Felix Poza, informou que a empresa recorreu dos autos de infração por os considerar "infundados" e "sem comprovação" de descumprimento do TAC.
"É importante esclarecer que esses supostos descumprimentos se referem ao período de junho de 2012 a fevereiro de 2015 sem que nunca a superintendência tenha comunicado a existência de qualquer irregularidade à Zara Brasil", informou o executivo.
A maior parte das infrações administrativas tem três anos e foi identificada e corrigida pelas auditorias da Inditex, segundo explica. Essas auditorias são realizadas por empresas como SGS, Intertek e Apcer, especializadas em inspecionar condições sociais, técnicas e de ambiente em cadeias de fornecimento. Afirma ainda que as vistorias são feitas de forma surpresa e ao menos de seis em seis meses.
"A realidade é que, durante o período ao qual se referem os autos, a Inditex atuou conforme estabelecido ao realizar 2.800 auditorias no país, entre 453 empresas que, obviamente, não trabalham exclusivamente para o grupo, dado que a produção da Inditex responde por menos de 15% do total. O restante da capacidade produtiva está dedicada a produzir bens para outras marcas brasileiras", afirma.
Segundo Poza, umas das inconsistências encontradas é que, "das 67 empresas (citadas pelos fiscais), 5 jamais foram fornecedoras da Zara".
Sobre a exclusão de estrangeiros de sua cadeia produtiva, ele afirma que "a Zara não tem capacidade de nenhum tipo para intervir no recru- tamento dos trabalhado- res por parte das empresas com as quais mantém relações comerciais".
Ainda segundo o executivo, a decisão de incorporar um novo fornecedor considera como referência a qualidade de sua produção e especialização. "Se em uma área diferente existem bons fabricantes que criam peças com os padrões necessários, ela é incorporada."