Aumento da oferta deve achatar preços
Assim como ocorre em qualquer parte da cidade, a elevação da oferta pressiona para baixo os preços dos imóveis no Jardim Europa, onde está localizado o metro quadrado mais caro para casas de São Paulo e onde fica a maior concentração de mansões.
Celso Amaral, diretor da Amaral d'Avila, consultoria especializada no setor, afirma que é difícil generalizar a média de queda dos preços e até a média do preço por metro quadrado, porque o recente boom favoreceu uma distorção de valores.
"Os preços estão se acomodando e quem tem um valor justo acaba vendendo", diz Anna Claudia Cardoso, diretora-presidente da Esquema.
O catálogo da Esquema, uma das imobiliárias de maior atuação no bairro, tem dezenas de casas avaliadas em mais de R$ 10 milhões. Não são raros os imóveis localizados em terrenos de até 2.500 metros quadrados, pelos quais são cobrados cerca de R$ 25 milhões.
Para Amaral, a crise também eleva a oferta de aluguel. "Há empresas devolvendo executivos expatriados e trocando por profissionais locais para cortar custo de auxílio-moradia", afirma.
O movimento de saída de bairros predominantemente ocupados por casas térreas ou totalmente horizontais, como é o caso do Jardim Europa, está se intensificando na cidade, segundo João da Rocha Lima Jr., professor titular e coordenador do Núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da USP.
"Tem muita gente saindo de casa e indo para apartamento por questão de segurança", diz Lima Jr.
No Jardim Europa, segundo Cardoso, essa fuga da violência não é uma hipótese adequada para o êxodo.
A maior parte das residências possui segurança privada e o policiamento é ostensivo. Dados da Secretaria de Segurança Pública apontam índices de criminalidade praticamente nulos.