Durante eleição, grupo invade sindicato dos comerciários do Rio
Polícia prende 202 pessoas que teriam sido contratadas para tumultuar o pleito
A Polícia Civil do Rio prendeu 202 pessoas após a invasão, na madrugada desta quarta-feira (17), do Sindicato dos Empregados do Comércio do Rio de Janeiro.
O grupo arrombou portas e destruiu escritórios em oito andares da sede do sindicato, na capital fluminense. Os prejuízos com a destruição podem chegar a R$ 3 milhões.
Os invasores foram autuados por dano, roubo, desacato, desobediência, resistência e associação criminosa.
Segundo a polícia, os detidos vieram de São Paulo em dois ônibus e confessaram terem sido contratados para fazer confusão na eleição para a presidência do sindicato.
Com eles foram apreendidos rojões, cassetetes, um soco-inglês e material de campanha da Chapa 3.
"Em depoimento, eles alegam que foram contratados para realizar as depredações e roubos. Vamos investigar quem está por trás da invasão, que tinha como objetivo impedir as eleições da nova diretoria", afirmou o delegado Marcus Oliveira.
Apesar da invasão, a eleição no sindicato ocorreu mesmo assim nesta quarta. O resultado do pleito deve ser anunciado nesta quinta (18).
SUSPEITA
Por trás da ação pode estar o protesto de centrais sindicais contrárias à eleição do sindicato. As centrais acusam o atual interventor de beneficiar uma das chapas que disputam a presidência. O interventor José Carlos Nunes nega as suspeitas.
Por quase cinco décadas, o sindicato foi controlado pela mesma família, a Mata Roma, que deixou a diretoria depois de diversas denúncias de irregularidades, como mostrou uma reportagem da TV Globo, no último domingo (14).
O primeiro da família a comandar o sindicato foi Luisant Mata Roma, que ocupou o cargo por 40 anos. Após a morte de Luisant, em 2006, o seu filho, Otton da Costa Mata Roma, assumiu o posto.