Análise
Extensão do mínimo foi recado da base aliada para o Planalto
Deputados da base aliada mandaram um recado ao Palácio do Planalto ao aprovar a extensão a todos os aposentados da política de valorização do salário mínimo: estão insatisfeitos com o tratamento do governo na liberação de cargos e emendas.
Negociações duraram o dia todo entre ministros e líderes da base aliada para tentar aprovar o projeto que redimensiona a desoneração da folha de pagamento, prioridade do governo.
Com a inabilidade do governo em atender aos pleitos, a estratégia foi "dar um susto" no Planalto na votação da política do salário mínimo para depois, então, garantir a aprovação do texto básico do projeto com a mudança tributária.
Em reunião no Palácio do Jaburu nesta quarta-feira (24), o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB), informou aos líderes partidários que criou um grupo de assessores da Secretaria de Relações Institucionais para cobrar nomeações paradas em ministérios.
Na presença dos ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Comunicações) e do vice-presidente da República, Michel Temer, Padilha pediu paciência aos parlamentares e que, se for o caso, ele ligará pessoalmente aos ministros pedindo as liberação dos cargos.
Os deputados da base aliada se queixam da demora em serem atendidos pelo governo federal em cargos. Eles cobram indicações para votar com o governo. Nos bastidores, entretanto, peemedebistas atribuem à Casa Civil a demora nas indicações.
Eles enxergam "sabotagem'' do ministro Mercadante a nomes já acordados entre partidos da base aliada com a Secretaria de Relações Institucionais, mas que continuam travados mesmo após triagem e aval da Casa Civil.
Nas palavras de um interlocutor da equipe de Temer, é o ''governo trabalhando contra o próprio governo''.