Obama ganha mais poderes para fechar aliança
Presidente poderá apresentar ao Congresso propostas fechadas de acordo comercial
O Senado americano aprovou nesta quarta-feira (24) projeto de lei que dá ao presidente Barack Obama mais poderes para negociar o chamado TPP (sigla em inglês para Parceria Trans-Pacífico).
Envolvendo 12 países, entre eles os EUA, o Canadá, o Japão e o México, o acordo comercial é o mais ambicioso em negociação no mundo e uma prioridade do governo norte-americano.
A aprovação da lei, chamada de "fast-track", dá a Obama o direito de apresentar ao Congresso propostas fechadas para tratados comerciais. Elas devem ser aprovadas ou rejeitadas como um todo, sem que seja possível a inclusão de emendas.
O projeto --que segue para a sanção do presidente-- facilita as negociações com os parceiros dos EUA, que temiam mudanças significativas na TPP caso pudesse ser alterado pelo Congresso.
Além disso, aumenta as chances de um acordo comercial amplo com a União Europeia, outro foco da agenda externa de Obama.
BRASIL
Para o Brasil, a aceleração das negociações da TPP deixa ainda mais clara a distância entre o país e outras nações em termos de tratados de comércio. A parceria do Pacífico inclui, além do México, outros dois países latino-americanos: Peru e Chile.
Com a retomada do crescimento da economia norte-americana, os EUA voltaram a ser prioridade do governo brasileiro para aumentar as exportações do país.
Em março, os dois países selaram um memorando de facilitação de comércio, com o objetivo de harmonizar as regras e desburocratizar.
A avaliação, porém, é que não há clima político para a assinatura de acordo comercial amplo entre os dois países. Neste domingo (28), a presidente Dilma Rousseff dá início a uma visita aos EUA.
No ano passado, o deficit comercial do Brasil com os EUA somou US$ 4 bilhões.