Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Com 1º semestre ruim, setor de tintas projeta queda superior a 5% em 2015
Após um primeiro semestre com desempenho abaixo do esperado, a indústria de tintas já estima fechar 2015 com uma retração acima de 5% no volume de vendas.
O número representa um agravamento do cenário em relação ao fim de 2014, quando a Abrafati (associação da área) projetava para este ano ao menos uma estabilidade no total comercializado.
"Praticamente todos os mercados que atendemos foram duramente afetados", afirma Dilson Ferreira, presidente-executivo da entidade.
O segmento de tintas para reparos automotivos, o único cujos negócios permaneciam em alta até o início deste ano, também entrou no vermelho nos meses de maio e junho.
As vendas destinadas às montadoras de carros, por sua vez, continuaram afetadas pela crise que o setor de veículos enfrenta e fecharam o semestre com uma diminuição de cerca de 20%.
"Embora não seja a nossa maior compradora em volume, a área automotiva tem os produtos com maior tecnologia e valor agregado. Por isso, a queda é ainda mais significativa", diz Ferreira.
Responsável pela maior parte do faturamento (62%), as tintas imobiliárias recuaram 4% no semestre.
Além da retração no volume comercializado, os fabricantes têm enfrentado pressão nos preços de matérias-primas por causa da valorização do dólar, diz o executivo.
Em média, 60% dos insumos usados pelas indústrias de tintas são importados.
"A queda [no preço] do petróleo no mercado internacional não chegou de forma proporcional às matérias-primas e também foi mascarada pela desvalorização [do real]."
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FORA DA CAIXA
Mesmo com a retração da economia brasileira e do setor de construção civil, a ThyssenKrupp espera avançar com a área de manutenção de elevadores.
"O segmento de construção está caindo um pouco, mas uma parte grande do meu negócio, 60%, é conservação dos maquinários", diz o CEO global da área de elevadores da ThyssenKrupp, Andreas Schierenbeck, em passagem pelo Brasil. O ciclo de baixa, estima, deverá durar cerca de três anos.
"Na crise e com a alta do preço da energia, tem-se ainda mais necessidade de equipamentos mais modernos, que podem levar a uma economia de 40% a 60%."
A empresa mantém investimento em expansão da capacidade na fábrica de Porto Alegre. Em 2014, anunciou aporte de R$ 2 bilhões em cinco anos no Brasil. A exportação anual de 20% a 30% da produção também deverá se repetir, afirma.
4.000
são os funcionários da área de elevadores
€ 6,4 bilhões
foi o faturamento global (out/2013 a set/2014), cerca de R$ 22 bilhões; 15% vêm de elevadores
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Solo americano A MedLevensohn, distribuidora de produtos para a saúde, abrirá sua primeira filial em Miami, nos Estados Unidos, a partir do segundo semestre. No país, a companhia venderá seus produtos em 80 pontos parceiros.
Expansão... A São Francisco Resgate, empresa que faz atendimento pré-hospitalar em estradas, passou a prestar seus serviços em mais um trecho de 300 km da rodovia Anhanguera, administrada pela concessionária Intervias.
...do resgate O trecho liga cidades do nordeste paulista à capital, São Paulo. O novo contrato representará um incremento de 7% no faturamento. O valor não foi informado. O grupo faz atendimentos em 3.000 km de vias pelo país.
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Crise afeta 80% das agências de turismo no país, diz Sindetur-SP
Oito em cada dez empresas de turismo no país sentiram reflexo da crise econômica no primeiro semestre deste ano, segundo estudo encomendado pelo Sindetur-SP (que representa as empresas paulistas) ao Ipeturis.
Cerca de 70% das agências e operadoras afetadas afirmaram que as vendas para pessoas físicas tiveram queda superior a 20% em relação ao mesmo período de 2014.
"Por causa desse cenário, os fornecedores começaram a lançar ofertas para não perder participação no mercado brasileiro", afirma Ilya Michael Hirsch, presidente em exercício do sindicato e diretor-presidente da Qualitours.
A retração média das vendas para pessoas físicas foi de 39,8%. "Sentimos uma diminuição menor na empresa, entre 10% e 15%, pois atuamos com um tíquete maior."
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INCREMENTO NOS EMBARQUES
A Apex-Brasil (agência federal que promove as exportações do país) vai renovar, nesta sexta-feira (3), projetos de seis segmentos que juntos totalizam R$ 55 milhões.
O setor de máquinas e equipamentos receberá 48% do aporte. O restante do investimento será alocado em projetos de fármacos, arte contemporânea, produtos orgânicos, criadores de bois zebu e na cadeia de biscoitos, pães e massas.
"Só essas seis iniciativas exportaram US$ 2,3 bilhões [R$ 7,1 bilhões, na cotação atual] em 2014, cerca de 8% de tudo o que a Apex embarcou", afirma o coordenador Igor Brandão.
302
são as empresas dos setores apoiados que exportam produtos
US$ 2,6 Bilhões
é a projeção das exportações dos seis segmentos para 2015