Por dentro da crise grega
1 Qual é a razão da crise?
A economia grega, já pouco competitiva, foi abalada pela crise de 2008. No final de 2009 descobriu-se que o país maquiava suas contas e tinha uma dívida maior, o que agravou a sua situação
2 Por que o país negocia com UE e FMI?
Com a descoberta das fraudes, o país ficou sem dinheiro e sem crédito e foi obrigado a recorrer à UE e ao FMI, que impuseram cortes de gastos e reformas econômicas. Houve demissões, alta de impostos e redução de salários e pensões, detonando protestos e greves. A economia grega encolheu 25% nos últimos cinco anos
3 O que mudou com o novo governo?
O atual governo, do partido esquerdista Syriza, foi eleito com um discurso antiausteridade. Os credores se recusaram a liberar mais recursos sem que a Grécia se comprometesse com mais cortes e mais impostos
4 Qual o tamanho da dívida?
São € 320 bilhões, ou quase 180% do PIB. No dia 30 de junho, o país deu calote de € 1,6 bilhão no FMI. Em julho e agosto, a Grécia terá que pagar € 6,7 bilhões ao BCE
5 O que a Grécia pede à zona do euro?
Um terceiro pacote de socorro, no valor de € 53,4 bilhões, com duração de três anos. Em troca, se comprometeu a adotar medidas de austeridade
6 Quais medidas?
O primeiro-ministro Alexis Tsipras apresentou um pacote de reformas que prevê aumento gradual do superavit primário até 3,5% em 2018, elevação da idade mínima para aposentadoria para 67 anos até 2022, redução de gastos militares e cobrança de imposto único sobre as vendas (IVA) com alíquota de 23% e poucas exceções, entre outras medidas
7 As propostas atendem às exigências dos credores?
Parcialmente. O governo cedeu na maioria dos pontos, mas manteve algumas divergências, como descontos em impostos em algumas ilhas, o que é rejeitado pelos credores
8 Criar uma nova moeda seria a solução?
Traria risco de hiperinflação, desabastecimento, incentivo ao mercado negro e empobrecimento do país. A Grécia seria forçada a sair da zona do euro e, até mesmo da UE, reduzindo a confiança na união monetária