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GM investirá R$ 6,5 bi em nova família de veículos
Plano da montadora é lançar seis modelos no Brasil, a partir de 2019
Apesar da queda de 18,5% na produção nacional no 1º semestre, empresa diz acreditar em novo ciclo de expansão
Um ano depois de anunciar um investimento de R$ 6,5 bilhões no Brasil, a norte-americana General Motors dobra a aposta. A empresa confirmou nesta terça (28) que o investimento total no país entre 2014 e 2019 será de R$ 13 bilhões, incluindo uma nova linha de produtos.
A nova parcela de R$ 6,5 bilhões será destinada à concepção de uma família de veículos e corresponde a cerca de 35% do total divulgado pela montadora para mercados emergentes. A GM investirá US$ 5 bilhões em automóveis destinados aos mercados de maior crescimento mundial.
O anúncio do investimento foi feito por Dan Ammann, presidente da GM, na sede da GM América do Sul, em São Paulo. Ele está no Brasil para uma série de reuniões com a diretoria da empresa.
O executivo disse acreditar na retomada do mercado nacional, que passa por um período de queda nas vendas e na produção, com recuo de 18,5% no primeiro semestre em comparação com igual período de 2014.
Ammann trabalha com perspectivas futuras, à espera de um novo ciclo de crescimento do mercado nacional –os primeiros automóveis gerados nessa nova rodada de investimentos só começam a chegar à rede concessionária em 2019.
LANÇAMENTOS
Serão lançados seis produtos, todos compartilhando uma mesma plataforma. A GM não revelou quais serão os segmentos contemplados, mas é provável que os carros tenham porte compacto ou médio, incluindo um utilitário esportivo.
As fábricas de São Caetano do Sul (Grande São Paulo), Gravataí (PR) e Joinville (SC) receberão parte dos recursos para produção de veículos e componentes, mas a unidade de São José dos Campos (a 91 km de São Paulo) está fora dos novos planos, devido a problemas com negociações trabalhistas intermediadas pelo sindicato local, segundo a GM.
O novo plano de investimento global da montadora contempla também a China, a Índia e o México. O desenvolvimento dos novos automóveis será dividido entre esses países, mas cada mercado terá modelos específicos, com características próprias, que compartilharão plataforma e componentes.
De acordo com a GM, cerca de 88% das vendas mundiais de carros de passageiros devem vir de mercados emergentes, entre agora e 2030.
Porém, o investimento não é garantia de que não haverá novas demissões nas fábricas brasileiras. "Vamos tentar usar o PPE [Programa de Proteção ao Emprego] do governo para preservar os postos de trabalho", afirma Jaime Ardila, presidente da General Motors América do Sul.