Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Supermercados de SP fecham quase 2.000 vagas em junho
O saldo de empregos no setor de supermercados do Estado de São Paulo ficou negativo em junho, com o fechamento de quase 2.000 postos de trabalho, segundo a Apas (associação da área).
Foram contratados no mês 21.750 funcionários pelas empresas, que demitiram 23.709 trabalhadores – resultado de 1.959 baixas no período.
Foi a primeira vez que a diferença entre admissões e desligamentos ficou no vermelho no mês de junho desde 2010, quando a entidade iniciou o cálculo do indicador com a atual metodologia.
"É uma queda muito expressiva, reflexo da redução do consumo que chegou também ao setor supermercadista, um dos últimos segmentos a entrar na crise", afirma Rodrigo Mariano, economista da associação.
No acumulado do ano, os varejistas ainda têm um saldo positivo de cerca de 1.100 vagas abertas, pois a área vinha conseguindo manter o nível de contratações nos meses anteriores a junho.
A expectativa é que os dados de julho e agosto voltem a apresentar desempenho ruim, mas não em um ritmo tão forte, segundo Mariano.
"O ajuste [do quadro de funcionários] tende a ser mais expressivo no momento de chegada da crise."
De janeiro a julho, os supermercados paulistas tiveram um aumento nominal de 6% nas vendas, abaixo da inflação de 6,83% medida pelo IPCA nos sete meses.
A Apas projeta que 2015 terminará com estagnação. Em 2014, o avanço real foi de 2%.
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RETORNO COM SOTAQUE FRANCÊS
Depois de quatro anos sem colocar um produto novo no mercado brasileiro, a Parmalat lança neste domingo (9) um achocolatado.
O produto faz parte da estratégia da Lactalis (multinacional francesa que adquiriu os direitos da marca no Brasil em 2014) para consolidar o nome Parmalat no país novamente.
"Vamos tentar construir a marca passo a passo. Nossa preocupação não é multiplicar lançamentos antes de ter consolidado os passos precedentes", afirma o CEO da Lactalis para a América Latina, Patrick Sauvageot.
Consolidação é a principal palavra do vocabulário do executivo hoje.
A empresa francesa, fabricante dos queijos Président, já era dona da Parmalat globalmente. No Brasil, adquiriu em dois anos o braço de lácteos da BRF (que engloba Batavo e Elegê), a pequena Balkis (também de queijos) e ativos da LBR (que detinha os direitos da Parmalat no Brasil).
"Somos [a Lactalis] um grupo familiar. Focaremos agora no crescimento orgânico antes de comprar outras coisas. Agora temos uma base significativa e bastante para fazer para consolidar esses três negócios."
Sauvageot reconhece que a situação do Brasil não ajudará nessa tarefa. "Mas a visão do grupo é de longo prazo. O país tem potencial com seus 200 milhões de habitantes e será um dos maiores mercados da Lactalis."
€ 14,7 bilhões
foi a receita global da Lactalis em 2014, segundo o Rabobank, o equivalente a R$ 56,6 bilhões
61 mil
era o número de funcionários da empresa em 2013 (último dado disponível)
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FROTA TERCEIRIZADA
A Arval, empresa de terceirização e gestão de frotas que pertence ao grupo BNP Paribas, registrou uma elevação de 10% nos custos médios no primeiro semestre deste ano.
A alta é resultado do aumento de preços de peças de reposição e insumos, entre outras despesas.
De janeiro a junho, a empresa teve uma redução de 7,7% no número de ocorrências envolvendo a frota do grupo, de 16 mil veículos.
Em relação a roubos e furtos, a queda foi de 30% na comparação com o mesmo período do ano passado. Acidentes com perda total do veículo recuaram 55%.
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Rede atacadista investe R$ 60 mi em novo centro de distribuição
O grupo paulista Tenda Atacado vai construir um novo centro de distribuição em Salto, no interior de São Paulo, com investimento de aproximadamente R$ 60 milhões.
A estrutura deverá abrigar todas as operações logísticas da rede, hoje com 24 unidades que funcionam no modelo de atacarejo (lojas que vendem no atacado e no varejo).
Após a conclusão das obras, o complexo vai substituir dois armazéns que o grupo tem hoje em Guarulhos, na Grande São Paulo, onde também fica o escritório central da companhia.
"Salto tem um bom posicionamento para as nossas operações no Estado e também encontramos lá uma área adequada para o projeto, com 100 mil m² ", diz o diretor, Fausto Severini.
O centro de distribuição será dimensionado para suportar o crescimento da rede nos próximos anos.
"Neste ano, abrimos uma nova unidade em Ribeirão Preto, mas agora estamos mais cautelosos [com a expansão] por causa da crise."
Sem citar números sobre o desempenho operacional, o executivo diz que o volume de vendas apresenta "instabilidade" em 2015, mas que a migração de clientes para os atacarejos ajudou o negócio.