Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Importação de eletrônicos recua 16% até julho
Com a retração do consumo no mercado interno, a importação de eletroeletrônicos caiu 16% nos sete primeiros meses deste ano, em relação ao mesmo período de 2014, segundo a Abinee (associação do setor).
De janeiro a julho, o total de produtos que entraram no país somou US$ 20,4 bilhões (R$ 71 bilhões). No ano passado, haviam sido US$ 24,4 bilhões em igual intervalo.
A queda da atividade industrial brasileira é a principal razão, pois a maior parte dos itens importados é de componentes utilizados na fabricação de eletrônicos.
A retração puxou para baixo o deficit da balança comercial do setor, que ficou em R$ 17 bilhões (-16,4%).
Mesmo com a melhora do dólar para as companhias exportadoras, os embarques também caíram: -14%.
"O câmbio realmente está mais favorável, mas o processo de retomada [do nível de exportações] é lento. Muitas vezes, para reingressar em um mercado que havia sido perdido, a empresa pode levar até um ano e meio", afirma Humberto Barbato, presidente da associação.
EMPREGOS
Ainda não há, segundo o executivo, dados de grupos do setor que pretendam aderir ao PPE (Programa de Proteção ao Emprego), plano do governo federal que prevê a redução da jornada de trabalho para evitar demissões.
"Ao aderir [ao PPE] a empresa precisa se comprometer a não demitir, mas como ela pode assumir isso se não há uma noção clara de como as coisas vão ficar?", afirma.
De janeiro a junho, o segmento demitiu cerca de 15 mil pessoas, quase 9% do total de 174 mil que estavam empregadas na área em dezembro do ano passado.
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EMPREGO EM PASSINHOS
Processos seletivos estão em média 37,6% mais lentos do que em 2014, aponta a consultoria de RH Talenses.
Hoje, provas, entrevistas, painéis e reuniões para que os diretores decidam quem irão contratar demoram 117 dias. Em 2014, eram 85 dias.
Empresas e candidatos estão mais reticentes, diz Felipe Brunieri, da Talenses. Profissionais têm receio de trocar de emprego. E as contratantes estão com medo de chamar a pessoa errada.
"Os diretores precisam ter mais certeza sobre a decisão", afirma Brunieri.
O número de avaliadores nas bancas aumentou. Em multinacionais, executivos da sede passaram a participar, o que dificulta a conciliação de agendas.
O desempenho da empresa também alonga prazos. "Departamentos acham que podem contratar, mas o resultado financeiro piora e seguram o processo", diz Ricardo Ribas, da Page Personnel.
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NO CURTO PRAZO
Por causa do cenário de instabilidade econômica, as empresas brasileiras estão baseando o seu planejamento estratégico principalmente no curto prazo, segundo estudo global da consultoria Grant Thornton.
O percentual de companhias no país que planejam ações para um intervalo de dois a três anos ficou em 33%, enquanto a média em 35 nações foi de 47%.
Nos países da América Latina, a parcela que segue esse intervalo foi de 39%.
"Em um ano não dá para maturar os investimentos realizados e avaliar decisões tomadas, mas, devido à pouca previsibilidade econômica, o Brasil tem esse hábito", afirma Paulo Funchal, sócio da consultoria no país.
Apesar de a revisão ocorrer em todos os setores empresariais, as indústrias de tecnologia e com foco em exportação conseguem estruturar planejamentos a longo prazo, segundo o executivo.
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