Reoneração vai elevar cortes, dizem empresas
O aumento de tributação para setores beneficiados pela desoneração da folha de pagamento deve agravar a crise e pode provocar demissões, segundo empresários.
Pelo programa inicial, 56 setores puderam deixar de pagar 20% sobre a folha de salários em troca de uma alíquota de 1% ou 2% sobre o faturamento, conforme o setor.
Mas, pelo projeto aprovado pelo Senado nesta quarta, cerca de 40 setores tiveram essa alíquota elevada para 2,5% e 4,5%.
O Congresso não elevou a tributação das empresas de massas, pães, suínos, aves e pescados.
Os setores de transportes, comunicação (empresas jornalísticas e de radiodifusão), call center, calçados e confecções foram beneficiados com um aumento de alíquota menor, de 50%.
"É uma barbaridade o nosso setor estar sendo castigado dessa forma", afirmou José Romeu Ferraz Neto, que representa a construção civil no Estado de São Paulo.
O setor, cuja alíquota foi de 2% para 4,5%, prevê corte de 475 mil vagas de emprego neste ano.
Empresas de vestuário, que já calculavam corte de 60 mil vagas em um ano, já falam em multiplicar esse número com a alta na alíquota, de acordo com Ronald Masijah, que representa o setor.