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Chineses mantêm ímpeto para o consumo apesar da crise na Bolsa
Os mercados mundiais podem atribuir à desaceleração econômica da China a responsabilidade pelos abalos soridos nos últimos dias, mas nas ruas de Pequim e Xangai existem poucos sinais de pânico quanto à derrocada dos mercados na "segunda-feira negra".
Na maior Apple Store de Xangai, em uma das ruas comerciais mais movimentadas da cidade, a multidão de compradores na hora do almoço é grande como sempre.
"Ainda quero comprar o iPhone 6", diz a universitária Yu Xinxuan, 21, que estava fazendo compras na loja com o namorado, Yu Yu, 21. "A desaceleração na economia não mudará meus planos."
Ela parece ecoar a posição do presidente-executivo da Apple, Tim Cook, que afirmou em um e-mail a um apresentador da CNBC nesta semana que as vendas de sua empresa na China continuam fortes, em uma mensagem que influenciou os mercados.
"Posso afirmar que continuamos a registrar forte crescimento de nossos negócios na China, em julho e agosto", afirmou Cook, acrescentando que "o crescimento no número de ativações de iPhones na verdade se acelerou nas últimas semanas".
No quiosque da Starbucks diante da loja da Apple, no luxuoso shopping center Hong Kong Plaza, em Xangai, uma longa fila de clientes se forma na hora do almoço, como sempre, apesar de a compra de um café no quiosque representar valor equivalente a 1% do salário médio mensal de um trabalhador da cidade.
Na fila de espera por uma mesa em um popular restaurante, Frank Gu, um trabalhador de escritório, diz: "Não creio que a desaceleração econômica venha a afetar minha vida". Ele acrescenta, depois de uma breve pausa: "Continuo planejando comprar o novo iPhone".