Termelétricas seguem ligadas por mais um mês
Com chuvas abaixo da média, energia mais cara garantirá abastecimento no país
Chuvas abaixo da média em todas as regiões do país fizeram com que o governo mantivesse ligadas, por pelo menos mais um mês, geradoras de energia termelétrica, que são mais caras. O objetivo é garantir a segurança no abastecimento do país e preservar as hidrelétricas, que permanecem com reservatórios baixos.
A decisão foi anunciada nesta quarta (2) pelo CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), que conta com a participação dos órgãos que controlam a produção e a distribuição da energia.
De acordo com a nota do CMSE, o sistema de energia teve a entrada de mais sete novas geradoras nos últimos 30 dias, que adicionaram 259 MW (megawatts) ao sistema –equivalente a pouco mais de 0,5% da carga necessária prevista para o ano. Com essa entrada, a nota informa que o risco de deficit de energia (o que pode provocar apagões) foi classificado como zero para qualquer cenário.
O aumento da carga e a redução de consumo (por causa dos reajustes de preço e da crise econômica) deveriam dar maior segurança ao sistema e, com isso, fazer o governo determinar o desligamento de mais termelétricas.
Não foi o que ocorreu. O comitê manteve a decisão de desligar 21 termelétricas mais caras (que custam acima de R$ 600/MWh). O desligamento dessas geradoras fez o governo reduzir o preço da bandeira vermelha na conta de energia em R$ 1 a cada 100 MWh. Essa bandeira custará R$ 4,50.
No entanto, o comitê não avançou para o desligamento de outras termelétricas, cujo preço está entre R$ 350 e R$ 600, e que poderia reduzir ainda mais o preço da energia para o consumidor.