Investidores cobram US$ 2,6 mi do banco Schahin
Ações argumentam que instituição impediu resgate de operações financeiras; acusados não comentam
Investidores que aplicaram recursos no antigo banco Schahin estão cobrando na Justiça ao menos US$ 2,6 milhões por um suposto calote no resgate dessas operações financeiras.
O banco pertencia ao grupo Schahin, investigado na Operação Lava Jato por sua atuação no ramo de engenharia. A empresa foi incluída pela Petrobras na lista das que foram suspensas de participar de novas licitações.
Em 2011, porém, o banco estava em dificuldades financeiras e foi vendido ao BMG, seu atual dono. Por isso, tanto Pedro Henrique Schahin, que foi seu diretor, como o BMG são alvos das ações.
A Folha identificou duas ações na Justiça de São Paulo movidas por diferentes investidores e uma representação ao BC movida por um terceiro. Todas são de pessoas físicas representadas pelo advogado Oswaldo Fabris.
O suposto calote, segundo as ações, ocorreu na transição para o BMG. Depois que o outro banco fez a aquisição, os investidores não conseguiram o resgate, argumentam.
OUTRO LADO
A assessoria da Schahin informou que o grupo "não se manifestará sobre o assunto". Já o banco BMG disse que não sabe das ações e que vai prestar os esclarecimento nos autos dos processos.
Afirmou ainda que não se manifestará "sobre atos praticados e de responsabilidade exclusiva dos antigos administradores do banco Schahin" e que a aquisição foi aprovada pelo Banco Central.
Em uma das ações, movida por um engenheiro que investiu em contratos de longo prazo em operação cambial, a Justiça expediu em fevereiro um mandado de pagamento, mas Pedro Schahin ainda não foi localizado para ser informado oficialmente.
Neste caso, a ação argumenta que o banco constituiu uma empresa para captar esses recursos de investidores e depois não reconheceu a sua propriedade. O advogado Oswaldo Fabris anexou um documento registrado em cartório no qual Pedro Schahin reconhece a propriedade dessa empresa, a S&S.
Afetado pela Lava Jato, o grupo Schahin já pediu recuperação judicial à Justiça para não quebrar. O grupo tem cerca de R$ 12 bilhões em dívidas, que cresceram por causa do fornecimento de sondas para a Petrobras.
A Folha também já revelou que o banco IBM entrou com uma ação judicial cobrando uma dívida de R$ 87 milhões da Schahin e acusa seus controladores de sumir com patrimônio para não quitá-la.