Criticado, presidente da BR Distribuidora renuncia ao cargo
Executivo alegou questões de saúde, mas sua permanência era questionada pelo conselho de administração da Petrobras
Renúncia facilita os planos de buscar profissional que prepare a companhia para abertura de capital
O presidente da BR Distribuidora, José Lima de Andrade Neto, renunciou ao cargo nesta quarta-feira (16), em carta enviada ao conselho de administração da empresa.
A companhia deve buscar no mercado um nome para substituí-lo.
Lima ocupava o cargo desde 2009, quando deixou a secretaria de petróleo e gás do Ministério de Minas e Energia (MME). Em seu lugar, assume como interino o diretor financeiro da companhia, Carlos Alberto Tessarolo.
Segundo nota divulgada pela Petrobras, o executivo alegou "motivos de saúde".
A permanência de Lima no cargo, porém, vinha sendo questionada pelo conselho de administração da Petrobras, que pretendia contratar um executivo no mercado para preparar a empresa para abertura de capital.
O executivo tinha sua imagem associada ao PMDB, mas as investigações da Operação Lava Jato associaram diretores da BR ao senador Fernando Collor (PTB-AL).
Segundo denúncia feita à Justiça no dia 19 de agosto, Collor teria recebido R$ 26 milhões em propina de esquema de corrupção na Petrobras entre 2010 e 2014.
As investigações levaram ao afastamento dos diretores da BR José Zonis e Luiz Cláudio Caseira Sanches.
A renúncia de Lima facilita os planos de buscar no mercado um nome que sugira profissionalização da gestão da companhia para o processo de abertura de capital ou busca de um sócio estratégico.
ATRITOS
O lançamento de ações da BR Distribuidora é um dos motivos de atrito entre o conselho de administração da Petrobras e a direção da companhia, comandada por Aldemir Bendine.
O presidente do conselho de administração da estatal, Murilo Ferreira, votou contra o início do processo alegando que a empresa precisaria ser profissionalizada antes de ir a mercado.
Com a piora do cenário econômico, porém, o lançamento de ações acabou sendo adiado.
Nesta segunda-feira (14), Ferreira pediu licença do conselho até 30 de novembro.