Turbulências na Venezuela
Por que as empresas aéreas brasileiras estão recuando de voar para a Venezuela?
O grande problema é o sistema de câmbio adotado pelo país, que causa distorções e provoca prejuízos para as companhias. Um outro ponto de discórdia é o querosene, já que em setembro a Venezuela decidiu cobrar em dólar o combustível para as empresas estrangeiras.
Além disso, há o cenário econômico adverso. O governo venezuelano não divulga dados recentes de PIB, mas, segundo previsão do Fundo Monetário Internacional, a economia do país vai encolher 7% neste ano, o pior resultado entre os latino-americanos.
As empresas brasileiras são as únicas que reclamam dessa situação?
Não. Segundo a Iata (Associação Internacional do Transporte Aéreo, que reúne as principais empresas globais), a dívida total das companhias atinge US$ 3,8 bilhões. Empresas como Air Canada e Alitalia já interromperam voos para Caracas. Outras reduziram a frequência de voos para a capital venezuelana.
Como isso vem afetando o turismo no país vizinho?
O tráfego de passageiros no país caiu 8,5% no ano passado, contrariando tendência de alta na América Latina, de acordo com a Iata.
Dados do governo venezuelano mostram, por exemplo, que o número de turistas estrangeiros em dezembro do ano passado foi um quarto menor do que dois anos antes, contribuindo para o mau desempenho na economia local. No mesmo período do ano passado, o total de venezuelanos indo para o exterior também caiu, mas de forma bem mais moderada (cerca de 7%).