CPFL questiona custo de R$ 2,7 bi por trimestre das usinas térmicas
Economia de água dos reservatórios é mínima, afirma distribuidora
Crítica engrossa coro de empresas do setor elétrico que não querem arcar com custo extra, atribuído ao governo
O governo vem autorizando gastos de R$ 2,7 bilhões por trimestre para economizar 1% de água nos reservatórios de usinas hidrelétricas.
A informação faz parte de documento enviado à Aneel (agência reguladora) pela CPFL Energia, empresa que atua no ramo de geração e distribuição. Segundo o texto, a despesa serve para o pagamento das termelétricas, que estão sendo usadas em larga escala desde o fim de 2012.
Enquanto o governo justifica esse uso como necessário diante da forte seca dos últimos anos, a CPFL Energia diz que não existe nenhuma nota técnica ou resolução de qualquer órgão que explique os critérios utilizados para autorizar essa queima de carvão ou óleo combustível.
"Mesmo quando os reservatórios estão mais elevados o despacho [uso] integral [dessas usinas] permanece."
A Aneel vem recebendo uma lista de críticas como contribuições para a regulamentação da medida provisória editada pelo governo Dilma para resolver um rombo de R$ 20 bilhões das hidrelétricas. Elas alegam que não têm que pagar toda a conta, já que são impedidas de gerar energia para poupar água nos reservatórios.
A Cesp (Companhia Energética de São Paulo), que também encaminhou carta à agência, diz que a crise hídrica não teria causado danos financeiros tão severos caso tivessem sido preservadas as decisões originais de operação e planejamento do setor.