Polêmica, American Apparel pede concordata nos Estados Unidos
Empresa vai passar por reestruturação para reduzir endividamento
A rede de varejo norte-americana American Apparel pediu concordata nesta segunda (5). Famosa pela assinatura "made in America" em suas coleções, a empresa planeja concluir sua reestruturação em cerca de seis meses.
Em comunicado, a companhia informou que buscará um acordo com credores, a fim de reduzir sua dívida de US$ 300 milhões a US$ 135 milhões, cortando em cerca de US$ 20 milhões anuais suas despesas com juros.
A American Apparel afirmou que "continuará a operar seus negócios sem interrupção para os clientes, empregados e fornecedores", durante a concordata.
Além de um ambiente econômico desfavorável para o varejo dos EUA, a rede enfrenta a repercussão negativa de acusações de assédio sexual contra seu ex-presidente-executivo, Dov Charney.
Charney, que fundou a American Apparel em 1989, foi demitido no ano passado, e desde então é alvo de uma série de processos.
Paula Schneider, substituta de Charney na presidência-executiva, tentou revitalizar a empresa com o fechamento de lojas, corte de custos e reformulação das linhas de moda. Em junho, a companhia apresentou a investidores planos para elevar o faturamento anual a US$ 1 bilhão.
A American Apparel vem enfrentando dificuldades para competir com potências da "moda rápida" como a Zara e a H&M, da Europa. Em 2009, a companhia se viu forçada a demitir 1.600 funcionários, depois de descobrir que eles tinham documentação insuficiente para trabalhar nos Estados Unidos.
A rede também enfrentou problemas com as autoridades regulatórias por imagens ousadas com modelos adolescentes. As ações da American Apparel, que chegaram a um pico de quase US$ 16 no final de 2007, fecharam em queda de 7%, cotadas a US$ 0,11 na sexta (2).