Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Companhias de atacado têm queda de 12% no faturamento de agosto
As empresas atacadistas e distribuidoras tiveram uma queda real (descontada a inflação) de 12% no faturamento em agosto na comparação com o mesmo mês de 2014, segundo dados da Abad (associação do setor).
No acumulado do ano, o recuo é de 9,75%. "Estamos como as outras áreas da economia: diante de uma preocupação grande e de um cenário de incertezas", diz o presidente da entidade, José do Egito Frota Lopes Filho.
Em janeiro, o empresário, que também é dono da distribuidora Jotujé, do Ceará, projetava para 2015 um crescimento real de 1,5% no setor. "Agora, se terminarmos empatados com 2014, estaremos felizes", afirma.
No ano passado, o faturamento ficou em R$ 211,8 bilhões. O número significou uma expansão de 0,9% em relação ao ano anterior, já descontada a inflação. Em 2013, no entanto, a alta havia sido de 4,2%.
"O consumidor está muito cauteloso e o atacadista está ao lado da indústria, criando promoções para que o varejista possa oferecer ao seu cliente. Mesmo assim, os compradores continuam reticentes", acrescenta.
A situação do segmento se agrava, segundo Lopes Filho, porque os produtos comercializados são de baixo valor agregado, o que não permite margens elevadas.
A alta dos insumos, como energia e combustível, tem espremido ainda mais as taxas de lucro.
Apesar desse panorama, as companhias ainda não começaram a demitir seus funcionários, de acordo com o empresário. Atualmente, 353,4 mil pessoas trabalham em distribuidoras.
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Crescem na CVM projetos para investir em hotel em 2015
Os investimentos das incorporadoras em condo-hotéis, misto de produto hoteleiro e investimento financeiro, dispararam depois que a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) estabeleceu normas para o setor.
Em 2015, 30 projetos foram aprovados, somando R$ 1,7 bilhão em lançamentos. No ano passado, haviam sido 12, no valor total de R$ 1 bilhão.
Nesses produtos, investidores compram cotas que ajudam a financiar a sua construção dos empreendimentos. Diferentemente do modelo de flat, porém, não podem ocupar os quartos em que colocaram recursos.
A tendência se acelerou por três motivos: falta de alternativas de financiamentos para hotéis nos bancos, expansão das bandeiras hoteleiras para cidades pequenas e médias e o aumento da equipe no órgão que regula o setor, de acordo com Caio Calfat, vice-presidente do Secovi-SP e consultor da área.
490
é a quantidade de hotéis em planejamento desde 2014
10%
é o número de empreendimentos que foram aprovados pela CMV
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NOVA ONDA
A crise retardou o lançamento de cinco imóveis no modelo de condo-hotéis da incorporadora STX, que devem sair do papel até o final de 2016. Apenas o que será erguido no centro de São Paulo já tem a aprovação da CVM.
O valor por quarto/cota é de R$ 360 mil, segundo o órgão regulador. "Há muito campo para hotel com custo operacional baixo", diz o presidente da companhia, Marcelo Conde.
Os projetos não têm estacionamento e preveem 0,3 funcionários por quarto.
O investimento da empresa é de R$ 15 milhões, em um total de R$ 35 milhões.
O empresário afirma que o produto é uma alternativa a empréstimos no exterior, que têm risco cambial.
O investidor paga uma taxa de administração [de valor não informado]. "A remuneração deve ficar entre 8% e 10% por ano", de acordo com o empresário.
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TARIFAS EM DISCUSSÃO
A audiência pública marcada na Câmara dos Deputados para discutir condutas comerciais da Azul, foi para o dia 28 de outubro.
A Braztoa (associação das operadoras de viagens), que entrou com uma representação contra a empresa no Cade, afirma que a Azul discrimina as agências turísticas ao bloquear seu acesso a tarifas mais baratas.
Em resposta à representação apresentada ao Cade, a Azul relatou que a diferença se deve a uma tarifa usada para a emissão de bilhetes de pacotes da Azul Viagens.
Procurada, a companhia aérea afirmou que não pode comentar o caso, por ele estar sub judice. O Cade, por sua vez, informou que instaurou o procedimento preparatório para apurar possível infração relatada na denúncia.