Espécies identificam ataque de pragas e até explosivos
A biotecnologia veio para ficar e vai trazer muitas novidades ao agronegócio, segundo Alexandre Lima Nepomuceno, da Embrapa.
Ele destaca a planta sentinela, que deverá chegar ao mercado comercialmente nos próximos anos.
A função dessas plantas será detectar, antes das demais, eventuais ataques das chamadas pragas (insetos ou outros animais que atacam a plantação) no campo.
A planta sentinela muda de cor quando é atacada e, dessa forma, avisa que há uma nova praga nas lavouras para o agricultor, que pode tomar medidas para evitar a disseminação do problema.
A tecnologia vai ser utilizada basicamente em lavouras perenes –em que as plantas vivem por vários anos, como café, laranja e outros frutos.
Nepomuceno diz que virão também pela frente muitas coisas que hoje ainda soam como ficção científica.
Um dos destaques, que extrapola os ganhos econômicos, é uma planta que acusa a existência de minas terrestres enterradas no solo.
O explosivo "desliga" a produção de clorofila dessa planta, que fica branca e acusa a existência do objeto.
Muitas áreas impossibilitadas de plantio vão ser devolvidas à agricultura.
O pesquisador da Embrapa destaca também tecnologias que buscam desligar o gene de pragas da lavoura.
Se funcionar, essa tecnologia diminuiria, ou até eliminaria, a necessidade de inseticidas e fungicidas.
"A semente é e será cada vez mais um aglomerado de informações, cujo objetivo é dar melhoramento produtivo às plantas", diz Francisco Carlos Krzyzanowski, pesquisador da Embrapa e presidente da Abrates (Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes).
Para José de Barros França Neto, pesquisador da Embrapa, a semente é fundamental em qualquer empreendimento: agricultura, florestas, pastagens ou hortaliças. "Sem qualidade fisiológica, que permita uma boa germinação, e sanitária, que elimine os ataques de doenças, o empreendimento já começa com um sério problema de base."