Teerã nega pedido americano de interceder junto ao regime sírio
Washington se opõe à presença do Irã em conferência de paz
O Irã se negou ontem a acatar o pedido, feito por autoridades americanas, de interceder junto a Damasco para que o regime sírio pare os bombardeios no país e permita entrada de ajuda.
Para Teerã, isso seria aceitar um papel secundário na conferência de paz sobre a Síria, prevista para 22 de janeiro, na Suíça. O Irã afirmou que só irá considerar um convite a sua altura.
"Há passos que o Irã pode dar para provar à comunidade internacional seu papel positivo" na crise síria, declarou um membro do Departamento de Estado americano aos jornalistas que acompanhavam o secretário John Kerry em seu retorno do Oriente Médio."Isso inclui um pedido ao regime sírio para que pare com os bombardeios contra seu próprio povo", acrescentou.
LISTA DE CONVIDADOS
O Irã não está na primeira lista de convidados para a conferência de paz do dia 22 de janeiro, informou ontem o porta-voz das Nações Unidas, Farhan Haq.
O evento deverá reunir a oposição e o regime sírios, assim como os principais atores do conflito.
O secretário de Estado americano, John Kerry, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, se reunirão no dia 13 de janeiro para decidir se o Irã deve ser convidado.
Os Estados Unidos denunciaram em várias ocasiões o apoio militar da República Islâmica ao ditador sírio, Bashar al-Assad, assim como ao movimento xiita libanês Hizbullah, que envia combatentes para ajudar o regime de Damasco em sua luta contra a rebelião.
Washington se opõe ao pedido da Rússia e de outros países de permitir que Teerã participe das negociações programadas para o dia 22 de janeiro em Genebra.
Para os EUA, o Irã não deve fazer parte da conferência pois se nega a apoiar a declaração de Genebra.