Análise
Republicanos e democratas usam crise como munição eleitoral no país
A 20 dias das eleições legislativas, a crise do ebola se transformou em munição eleitoral nos EUA. "Ele disse que o ebola não viria para cá, mas suas políticas possibilitaram isso; graças à recusa de Obama de proibir a entrada de voos da África e fechar nossas fronteiras, dois de nossos profissionais de saúde agora estão com ebola", diz a mensagem do Tea Party, ala mais conservadora do partido Republicano.
Os republicanos tentam usar a epidemia de ebola como prova da falta de liderança e habilidade gerencial do presidente Barack Obama. Já os democratas afirmam que a doença está se alastrando por causa dos cortes no orçamento defendidos pelos republicanos, que teriam afetado o Centro de Controle de Doenças (CDC).
Em uma propaganda veiculada na internet, democratas dizem que "os cortes dos republicanos matam" e detalham quanto foi cortado do orçamento de saúde pública, em meio a imagens de pacientes morrendo de ebola.
"Os dois partidos encaixam a crise do ebola em sua visão de mundo: os republicanos dizem que se trata de outro fracasso de Obama; democratas afirmam que os cortes no orçamento feitos pelos republicanos ameaçam a infraestrutura do país", diz Sasha Issenberg, pesquisador residente na Universidade da Califórnia em Los Angeles.
Obama ia fazer uma viagem para arrecadar recursos para as eleições, mas cancelou por causa do ebola. Os democratas têm muito a perder. Estão em desvantagem nas eleições legislativas de 4 de novembro, já que não devem reconquistar a maioria na Câmara e se arriscam a perder o controle no Senado. E o governo Obama tem a menor taxa de aprovação em seis anos: 40% na pesquisa Washington Post-ABC News divulgada nesta quarta (15).