Irã e EUA não devem chegar a acordo nuclear dentro do prazo
Apesar de avanços, consenso até 24 de novembro é improvável
Irã e EUA informaram nesta quinta (16), em Viena, que fizeram avanços nas negociações nucleares, mas que há ainda muito trabalho para fechar um acordo definitivo até 24 de novembro, prazo autoimposto pelas partes.
As principais divergências são sobre o enriquecimento de urânio, que pode ter finalidades civis e militares.
Especialistas não creem que neste prazo os países cheguem a um acordo total para encerrar as discussões, que já duram uma década.
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, deixou Viena pela manhã após seis horas de conversações na quarta (15) com o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, e com a chefe de política externa da União Europeia, Catherine Ashton. Funcionários americanos continuavam, porém, as negociações.
"Foi muito difícil, sério e intenso (...). Mas, em vez de nos concentrarmos nos problemas, discutimos soluções também", disse Zarif.
O ministro afirmou que pretende ter novo encontro com Kerry e Ashton em três ou quatro semanas.
"As negociações estão em uma fase crítica'", disse Michael Mann, porta-voz da chefe de política externa da União Europeia. Ashton coordena as negociações em nome de seis países.
Há uma semana, o vice-chanceler do Irã, Abbas Araqchi, falou sobre a possibilidade de as negociações serem estendidas. Sergei Lavrov, chanceler russo, disse que o prazo não era "sagrado".