Oposição vê fraude em eleição moçambicana
Líder da Renamo quer uma nova votação, mas diz que 'não haverá mais guerra no país'
Principal partido de oposição de Moçambique, a Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) informou nesta sexta (17) que as eleições presidenciais e legislativas de quarta-feira (15), que deram a vitória ao partido do governo, a Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique), foram marcadas por numerosas irregularidades, incluindo votos múltiplos.
Afonso Dhlakama, 61, líder da Renamo, cujos guerrilheiros travaram uma guerra civil contra a Frelimo entre 1975 e 1992, pediu que as eleições sejam anuladas e que haja uma nova votação. Ele descartou, porém, um retorno ao conflito.
"Posso garantir a você que não haverá mais guerra em Moçambique", disse Dhlakama, que ficou em segundo lugar, com 31% dos votos.
Resultados provisórios divulgados pelas autoridades eleitorais dão a vitória ao candidato da Frelimo, Filipe Nyusi, 55, com 62% dos votos.
Observadores da Comunidade Sul Africana de Desenvolvimento (Sadc) e da União Africana (UA) disseram que o pleito foi "pacífico, transparente, livre, justo e crível".