Jovem de 14 anos é morto por forças de Israel na Cisjordânia
Adolescente estaria atirando pedras contra soldados, que dizem que ele portava bombas
Um adolescente palestino de 14 anos foi morto nesta sexta (24) por soldados israelenses em Silwad, cidade perto de Ramallah, na Cisjordânia. Há relatos, não confirmados, de que ele também possuiria cidadania americana.
A vítima, identificada como Orwah Hamed, foi morta a tiros durante os protestos que ocorreram após as orações de sexta --dia sagrado para os muçulmanos, quando as mesquitas recebem um fluxo maior de fiéis. Mais de 12 pessoas ficaram feridas.
Um primo de Orwah disse à agência Associated Press que o jovem atirava pedras contra as forças de Israel quando foi morto. Os militares israelenses afirmam que o adolescente portava coquetéis molotov.
Segundo a agência de notícias palestina Maan, o jovem morreu enquanto era levado ao hospital.
No dia 17 de outubro, outro menor palestino, de 13 anos, foi morto durante uma incursão israelense na aldeia de Beit Laqiya, Cisjordânia.
Nesta quarta (22), um palestino de 21 anos atropelou oito pessoas, incluindo um bebê que não resistiu aos ferimentos e morreu, em Jerusalém. O governo israelense considerou a ação um atentado terrorista e disse que não iria tolerar nenhum ato de violência contra Israel.
RESPONSABILIDADE
A polícia israelense considera propor uma lei que tornará os pais de menores de 14 anos que participem de protestos violentos legalmente responsáveis pelos atos dos filhos. Os pais poderiam ser multados e até presos.
Segundo o "Haaretz", a medida pretende combater a onda de tensão pela qual passa Israel desde julho, quando um grupo de radicais queimou vivo um adolescente palestino em vingança pelo assassinato de três estudantes israelenses na Cisjordânia.
Segundo o jornal, desde então, mais de 700 pessoas foram detidas, dentre as quais 260 menores. Como grande parte dos menores possui menos de 14 anos, eles estão imunes a acusações.
Em fevereiro, o Parlamento israelense rechaçou uma proposta de lei que estipulava uma multa de mil shekels (R$ 650) aos pais cujos filhos, palestinos ou israelenses, tivessem cometido delitos em protestos ou festas.