Babá da família de ministro da Venezuela é detida em SP com arma
Mulher trabalha para Elías Jaua, responsável pelas Comunas, que seria o dono do revólver
Detenção ocorreu na chegada da mulher ao aeroporto de Guarulhos, pelo fato de arma não ser declarada
Raquel Cozer
A babá da família de Elías Jaua, vice-presidente e ministro da Venezuela para o Poder Popular para as Comunas e os Movimentos Sociais, foi presa em flagrante na madrugada de sexta-feira (24) no aeroporto internacional de Guarulhos, por carregar um revólver calibre 38 com munição em uma maleta. Ela disse às autoridades que a arma pertence ao ministro.
O porte ilegal do revólver configurou crime de tráfico internacional de armas, de acordo com a Polícia Federal.
Jaua é um dos mais poderosos ministros do governo venezuelano --já foi vice-presidente e ministro de Relações Exteriores.
A babá, de 39 anos, está detida em uma unidade prisional estadual, segundo a PF. A presa não tem imunidade diplomática.
A babá, cujo nome não foi divulgado pelas autoridades, chegou ao Brasil em um voo que partiu do Aeroporto Internacional Simon Bolivar em Caracas acompanhada da sogra de Jaua.
Elas vieram em um avião da PDVSA, a estatal de petróleo venezuelana, que pousou na base aérea em Guarulhos.
Quando a bagagem passou pelo raio-x, os policiais federais foram acionados pelos fiscais da Receita Federal após a identificação de um objeto aparentando ser uma arma de fogo dentro de uma maleta da passageira.
A mulher alegou trabalhar como babá da família do ministro e disse que a maleta pertence ao político.
Em caso de condenação pelo crime de tráfico internacional de arma de fogo, delito inafiançável, a pena de prisão vai de quatro a oito anos.
Jaua já estava no Brasil para participar de reuniões em Porto Alegre e Brasília, onde teria encontros com autoridades no Ministério do Trabalho e do Desenvolvimento Agrário, além de debate no Instituto Rio Branco, a escola de formação de diplomatas. Segundo a Folha apurou, um parente de Jaua estaria internado em um hospital de São Paulo.
A detida não foi transferida para a carceragem da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo pois somente vão para o local os investigados que estão em prisão temporária, de cinco dias, e os detidos após decretação de prisão pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Nos casos de prisão em flagrante como o da babá, os detidos vão para uma das unidades estaduais que recebem presos provisórios.